Em grave crise, SBT não deve retomar produção de novelas antes de 2022

24/10/2020 às 14h16

Por: Gabriel de Oliveira

De um lado, ostentação. Do outro, medos e incertezas. As duas situações definem a atual situação do SBT, que passa por uma grande reestruturação atravessar a pandemia do coronavírus. Em meio a negociação para a compra dos direitos da Copa Sul-Americana, a emissora anunciou informalmente que não tem planos de retomar a sua teledramaturgia antes de 2022.

O movimento é mais uma tentativa do canal para tornar a sua operação comercialmente viável. O SBT, apesar de historicamente ter uma grade com custos baixos em relação aos rivais, nunca conseguiu operar no azul por conta própria, tendo que recorrer a outras empresas do Grupo Silvio Santos, como a Jequiti, para aportes de caixa.

O TV História apurou que a decisão de adiar a retomada da dramaturgia foi tomada após uma minuciosa análise dos números de audiência e de faturamento. A reprise de Chiquititas conseguiu reter grande parte do público de As Aventuras de Poliana, finalizada em julho, e os anunciantes também permaneceram na faixa horária.

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Com isso, a emissora deixou de ter pressa para produzir a segunda temporada da novela, que teria o nome de Poliana Moça. O pouco material que já havia sido gravado será descartado, já que o elenco infantil cresce rapidamente e inviabiliza a continuidade de maneira coesa. Além disso, a trama protagonizada por Sophia Valverde corre o risco de sequer ser retomada, mesmo em 2022.

Por sinal, ganha força nos bastidores a informação de que a volta da dramaturgia inédita na emissora acontecerá juntamente com a terceirização do departamento para uma produtora. O modelo de co-produção é uma tendência internacional, e já foi adotado em algumas séries da TV Globo e nas novelas mais recentes da Record.

A continuação da história de Poliana nunca foi uma unanimidade entre os diretores do SBT, e era apenas uma maneira de baratear os custos do setor. Se a emissora levasse para frente o projeto de Patinho Feio, teria que investir em cenários e em novos atores. Com a continuidade de Poliana, bastava renovar os acordos e manter os cenários.

A pandemia, porém, levou todos os planos da emissora de Silvio Santos por água abaixo. A inesperada interrupção da dramaturgia, que era um dos principais faturamentos da casa, fez com que a diretoria do canal tivesse que agir rápido para evitar um rombo ainda maior nos cofres.

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A solução encontrada foi investir na compra dos direitos de transmissão de torneios esportivos. Com alto potencial de audiência, eventos como a Libertadores poderiam ser a solução para o fluxo financeiro do SBT. A emissora, porém, tem lidado com uma inesperada rejeição do mercado, que não vê com bons olhos a instabilidade na grade de programação desde o início do ano.

Diante disso, a prioridade dos executivos passou a ser a montagem de um novo posicionamento para a emissora. A contratação de Benjamin Back, além de outros nomes populares da Fox Sports, já foi feita pensando justamente em melhorar a imagem da rede diante dos anunciantes.

O SBT continuará se posicionando como um canal para a família. O foco, porém, será outro. Depois de anos mirando no público infantil e feminino, a emissora quer e não medirá esforços para chamar a atenção do telespectador masculino e com alto poder aquisitivo.

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