Uma das maiores estrelas da música brasileira durante décadas, Elizeth Cardoso tinha o sonho de visitar o Japão. E foi justamente nesse país que aconteceu um triste fato que mudou a sua vida e decretou o seu destino.
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Sempre à frente do seu tempo, a primeira dama da MPB (Música Popular Brasileira) despontou para o estrelato nos anos 1940. Além de gravar sucessos, ela chegou a apresentar programas de televisão e se consagrou no samba.
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Ironia do destino
Após visitar o país do Sol Nascente pela primeira vez nos anos 70, a cantora passou a viajar para lá com frequência. Em 1987, fez uma série de shows no Japão e aproveitou para passear.
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Hospedada num hotel, Elizeth se sentiu mal, teve tonturas e dores estomacais e acabou vomitando sangue. Desmaiada, a artista foi encontrada por um dos funcionários do local, que chamou uma ambulância.
No hospital, a cantora recebeu uma triste notícia dos médicos japoneses: ela tinha um câncer no estômago e precisava passar por uma cirurgia de emergência para conter o sangramento e diminuir o tumor.
Volta ao Brasil
Após se recuperar, ela voltou ao Brasil junto com os filhos e iniciou um tratamento. No entanto, o tumor era agressivo, chegou a regredir, mas, posteriormente, espalhou-se. Dessa forma, o fim de sua vida estava próximo.
Elizeth Cardoso passou os últimos três anos de vida à base de fortes medicamentos. Além de sofrer muitas dores estomacais e abdominais diariamente, ela perdeu bastante peso.
Apaixonada pela música, a cantora não se afastou dos palcos, continuando sua agenda de shows na medida do possível. Em muitos casos, mal tinha forças para andar e subir aos palcos, deixando alguns espetáculos pela metade. O público se comoveu com essa situação e entendia o que estava acontecendo.
Últimos dias
Em estado terminal, Elizeth (na foto acima com Elza Soares) foi internada na Clínica Bambina, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Alguns dias depois, em 7 de maio de 1990, não suportando mais, ela acabou perdendo a luta contra o câncer aos 69 anos.
Elizeth Cardoso foi velada no Teatro João Caetano, onde milhares de fãs compareceram para a última homenagem à estrela. Posteriormente, também houve comoção em seu enterro, no Cemitério da Ordem do Carmo, no Caju, ao som de um surdo portuense.