Em estado terminal, autor foi mantido vivo só para concluir novela
22/06/2024 às 17h00
Importante cineasta e escritor brasileiro, Walter George Durst também fez carreira na televisão. Um dos pioneiros do veículo, o autor assinou textos da TV de Vanguarda, na Tupi, e emplacou diversas novelas e séries. A primeira versão de Gabriela, exibida em 1975 pela Globo, foi um de seus mais famosos trabalhos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Durst morreu em 1997, pouco tempo depois de descobrir um câncer terminal na medula. Na época, o autor escrevia o remake de Os Ossos do Barão (1997), baseado na obra de Jorge Andrade e que foi produzido pelo SBT.
Ele pediu aos médicos para mantê-lo vivo até concluir o trabalho, estrelado por nomes como Ana Paula Arósio, Tarcísio Filho (foto acima) e Othon Bastos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Trajetória
Intelectual, Walter George Durst estreou na televisão logo nos primeiros anos do veículo, adaptando textos clássicos do teatro para o TV de Vanguarda, que marcou o início da teledramaturgia no Brasil. Sua primeira novela foi Cleópatra (1962), na extinta Tupi.
Durst assinou algumas das obras mais marcantes da telinha, como Gabriela (1975) e Nina (1977), trama que foi criada às pressas após o cancelamento de Despedida de Casado (1977), novela de sua autoria impedida de ir ao ar pela Censura. Também adaptou clássicos da literatura em minisséries, como Terras do Sem-Fim (1981) e Anarquistas, Graças a Deus (1984).
LEIA TAMBÉM:
● Resumo Mania de Você: tudo sobre o capítulo de sexta, 22 de novembro
● Resumo Força de Mulher: tudo sobre o capítulo de sexta, 22 de novembro
● Resumo Volta por Cima: tudo sobre o capítulo de sexta, 22 de novembro
Em 1995, o autor passou pela extinta Manchete, como supervisor de Tocaia Grande, trama baseada na obra de Jorge Amado escrita por Duca Rachid, Marcos Lazarini e Mário Teixeira. Na sequência, emplacou o remake de Os Ossos do Barão no SBT.
Descoberta do câncer
Walter George Durst morreu em 24 de agosto de 1997, aos 75 anos, em razão de um câncer na medula. Na época, ele trabalhava no texto de Os Ossos do Barão, com a colaboração de Duca Rachid, Marcos Lazarini e Mário Teixeira.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ainda antes de descobrir a doença, o autor já se sentia fragilizado, mas, ainda assim, fez questão de levar seu trabalho até o fim, conforme revelou Marcelo Walter Durst, filho do escritor.
“Ele nunca parou de escrever. Ainda quando escrevia Os Ossos do Barão, ele se sentia fraco, mas os exames não indicavam sintomas de câncer. Ele pediu, então, que os médicos fizessem com que vivesse até finalizar o trabalho”, disse ele à Folha de S.Paulo em 25 de agosto de 1997.
O câncer foi descoberto em abril de 1997. Quando o autor faleceu, Os Ossos do Barão ainda estava no ar no SBT.
No entanto, os trabalhos já estavam finalizados, já que a novela estreou com todos os seus capítulos gravados.
Último trabalho
Remake da novela de Jorge Andrade exibida pela Globo em 1973, Os Ossos do Barão foi a última novela da “era de ouro” da teledramaturgia do SBT. A trama contava a história de Egisto (Juca de Oliveira), um homem de origem humilde que enriquece durante a Revolução Industrial e fica obcecado por ter um título.
Fascinado pela nobreza, ele compra todos os itens do falido e falecido Barão de Jaguará, incluindo os ossos. Egisto finalmente vê a chance de se tornar um nobre com título quando seu filho Martino (Tarcísio Filho) se apaixona por Isabel (Ana Paula Arósio), bisneta do Barão. Mas Miguel (Othon Bastos), o pai dela, é contra a união.
As gravações de Os Ossos do Barão começaram em outubro de 1996, e a previsão era que a novela estreasse em novembro daquele ano, substituindo Razão de Viver. Porém, Silvio Santos adiou a estreia e colocou no ar Dona Anja (1996), trama produzida pela JPO Produções e estrelada por Lucélia Santos.
Com isso, Os Ossos do Barão entrou no ar na sequência e praticamente toda gravada, em abril de 1997. A trama foi exibida até setembro de 1997 e teve 115 capítulos. No elenco, além dos atores citados, havia ainda Rubens de Falco, Bete Coelho, Jussara Freire, Cleyde Yáconis e Leonardo Villar, entre outros.