Em estado terminal, atriz teve pertences jogados no lixo: “Sem reação”
14/05/2023 às 8h38
Logo após morrer, vítima de um câncer na vesícula aos 60 anos, em 13 de setembro de 2015, Betty Lago teve alguns de seus pertences pessoais jogados no lixo. Eles foram encontrados por um morador em situação de rua. O fato viralizou e chamou a atenção na época pelo descaso dispensado pelos objetos pessoais da atriz.
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A princípio, quem os encontrou fez questão de não abrir mão das memórias da atriz. Mas o caso teve uma feliz reviravolta e ele contou com a ajuda de familiares dela para deixar de viver em condições de vulnerabilidade social.
Memórias encontradas no lixo
Pertences de Betty Lago, como cartões de créditos, cartões-postais, agendas telefônicas, cadernetas de anotações, algumas cartas de amigos e uma medalhinha de Nossa Senhora de Fátima foram encontrados por Bruno Jesus Batista em uma lixeira no Leblon, bairro nobre onde a atriz morava no Rio de Janeiro.
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Ainda com os objetos, o catador encontrou uma foto de um bebê, um livro com uma poesia escrita por ela aos 19 anos e uma medalha acompanhada por uma carta enviada à atriz. Na época, ele chegou a revelar que foi lhe oferecido dinheiro em troca dos pertences, mas não os vendeu por ser fã da atriz.
“Me ofereceram R$ 100 pela medalha, mas eu não quis vender, não. Prefiro devolver à pessoa que comprou para ela. Aquela mulher era linda demais. Gostava muito dela. Pena que ela morreu”, disse entrevista ao jornal Extra, em 7 de novembro de 2015.
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“É tudo o que eu tenho. Perdi um tio dessa mesma doença, quando eu era pequeno. É muito triste. Acredito muito em Deus, e acho que essas coisas que eu encontrei da Betty são algum sinal”, completou.
Dificuldades na busca por conhecidos
Em outra ocasião, o morador de rua revelou mais detalhes da descoberta. Ele contou que na agenda encontrada, estavam contatos como telefones e redes sociais de colegas com quem a atriz trabalhou em uma novela. Bruno até tentou entrar em contato com algum conhecido de Betty Lago, mas não obteve sucesso.
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“Ninguém deu trela. A maioria deles desligava. Consegui falar com um jornalista e, graças a Deus, ele veio até mim”, explicou, em entrevista ao programa A Tarde é Sua, no mesmo ano.
O morador de rua ainda disse que ficou chocado ao saber que a atriz era tão querida, e detalhou as reações de quem ele conseguiu conversar sobre o acontecimento.
“Eles ficaram da mesma forma que eu: sem reação”, contou, ao revelar como foi a devolução dos pertences da atriz aos seus familiares.
Nova chance
A história teve um final feliz. Bruno não só entregou os pertences como também recebeu uma ajuda financeira da irmã e da sobrinha da artista. Com isso, ele, que vivia nas ruas após sair de casa devido ao vício em drogas, passou a trabalhar como vendedor ambulante, vendendo barbeador, sabonete líquido e escovas de dentes nas ruas da capital fluminense.
“Decidi que não quero mais viver naquela vida de drogas, dormindo na rua e passando frio e fome. Voltei para casa e estou me entendendo com minha mãe. E também não quero mais sair de perto dos meus filhos. Tive que ter muita força de vontade para abandonar o vício, mas tenho certeza que ter achado os pertences da Betty foi um sinal para que eu tivesse uma nova chance na vida”, disse, ao jornal Correio do Estado.
Além disso, ele também contou com a ajuda da produtora Sonia Moraes, que por acaso, é a bebê que aparece na foto encontrada por ele. Com o dinheiro, ele também pretendia regularizar a sua carteira de motorista para voltar a trabalhar.
“Veruska, sobrinha da Betty, prometeu me ajudar a conseguir um emprego de motorista. Elas são anjos que Deus colocou na minha vida”, agradeceu.