Ronald Golias fez carreira na televisão, onde estreou em 1960. Sua vida foi dedicada ao humor até 2005, quando faleceu, aos 75 anos, vítima de insuficiência múltipla dos órgãos decorrente de uma infecção pulmonar.

Carlos Alberto de Nóbrega

Quem sofreu bastante com a partida do artista foi o seu patrão, Carlos Alberto de Nóbrega (foto acima), que revelou ter outro tipo de relação com o mago do riso.

Em 2002, no Flow Podcast, o comandante do A Praça é Nossa afirmou que percebeu que o companheiro de inúmeras jornadas estava morrendo e falou sobre um episódio em que precisou dispensá-lo de uma gravação.

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Sofrimento prolongado

Ronald Golias

Já debilitado, Golias entrou em coma, mas o amigo revelou que, bem antes, já havia começado a se despedir do humorista.

“Nós éramos muito amigos e, para mim, ele morreu no dia que eu mandei ele embora para a casa dele. A gente fazia ‘A Praça’ e ele estava ficando rouco, que o câncer já tinha tomado a garganta dele. Ele sabia que estava doente, mas não sabia que estava tão doente”, disse Carlos Alberto.

“Teve um dia que ele chegou e eu falei: ‘Golias, não tem condições de gravar com essa voz. Vai te tratar, vai te cuidar, daqui dois, três meses você volta. Naquele dia foi que ele morreu para mim, comecei a sofrer ali”, recordou.

Mais que amigos

Carlos Alberto de Nóbrega e Ronald Golias
Reprodução / Web

Em setembro de 2014, no palco do Domingo Legal, Carlos Alberto de Nóbrega contou a Celso Portiolli como era a sua relação com Ronald Golias. Ele revelou que no fim da vida do artista passou a agir como seu protetor.

“Fui amigo, fui irmão e, nos últimos dez anos, fui o pai dele”, disse no programa.

“Grande amigo, grande companheiro. Faz uma falta danada, muito mais como amigo do que como artista”, assumiu.

Partida e legado

Ronald Golias (na foto acima como Bronco), o gênio da comédia, morreu quase 20 dias após ter dado entrada no hospital São Luiz, no bairro do Morumbi, Zona Oeste de São Paulo.

Golias estreou nos palcos ainda jovem, com apenas oito anos, na Escola Dante Alighieri, em São Carlos. Mais tarde, após se mudar para a capital paulista, trabalhou como alfaiate e funileiro e começou a praticar natação. Entrou para o grupo Acqua Loucos, precursor em espetáculos aquáticos. A performance do grupo levou o humorista a participar do programa Calouros em Cena, da Rádio Cultura.

Foi na década de 50 que o artista conheceu Manuel de Nóbrega, pai de Carlos Alberto, que o convidou para participar da Praça da Alegria. Com o seu inquieto Pacífico, Ronald Golias despontou na televisão e chegou ao cinema, estrelando filmes como Um Marido Barra-Limpa, Os Três Cangaceiros, O Dono da Bola, Golias contra o Homem das Bolinhas, entre outros.

Entre os seus maiores êxitos na TV, estão o próprio Pacífico, da Praça, e Carlos Bronco Dinossauro, do clássico Família Trapo, produzido entre 1967 e 1971 pela Record, atuando ao lado de Jô Soares e Carlos Alberto de Nóbrega.

No SBT, Golias fez ainda a série Meu Cunhado (2004 – 2006) e A Escolinha do Golias (1990 – 1996).

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor