Quietinha nos últimos tempos, muito porque não estava na melhor fase de audiência, ou também porque viu que isto não leva a muita coisa, a Record teve uma noite meio bombástica neste domingo (16).
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O canal prometeu trazer informações sobre acusações de sonegação fiscal, irregularidades, dentre outras acusações contra os donos da Globo, sua maior concorrente. A reportagem de Luiz Carlos Azenha, jornalista premiado, diz que a possível delação premiada de Antônio Palocci deverá ter elementos contra o grupo.
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A Record dedicou 16 minutos do Domingo Espetacular, sua revista eletrônica e uma de suas maiores audiências, para as acusações. Lógico, a internet comentou eufórica, porque pode ser a volta de uma briga bem direta.
Pra quem não se lembra, em 2009, as emissoras trocaram acusações em seus jornais por conta de denúncias feitas pela Globo contra a Igreja Universal do Reino de Deus, que tem como líder Edir Macedo, dono da Record.
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Vendo puramente a reportagem, uma acusação chama a atenção. A reportagem cita o episódio envolvendo a ex-servidora da Receita Federal no Rio de Janeiro, Cristina Maris Ribeiro, que furtou documentos relacionados à Globo. A matéria informa de que ela chegou a ser presa, mas foi libertada menos de uma semana depois e segue em liberdade mesmo tendo sido condenada a mais de quatro anos de reclusão.
As informações sobre a ex-servidora foram divulgadas em 2013 por outros veículos de comunicação. Em julho daquele ano, a Folha relatou que Cristina foi condenada por também favorecer outras empresas. O jornal paulistano também divulgou na época que a Globo tinha aderido ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para ficar em dia com a Receita – outro ponto detalhado pelo ‘Domingo Espetacular’.
A denúncia da Record destaca, entretanto, que o acordo fez a emissora da família Marinho pagar R$ 1 bilhão, mas que a própria deixou de contribuir com “outro bilhão”, para realmente ficar em dia.
A reportagem procurou a Globo, que logicamente, não respondeu. Ao bem da verdade, estas denúncias já estão aí faz algum tempo, e mais pareceram requentadas pela Record para voltar aquela guerrinha de egos que todos nós conhecemos.
Não houve, na realidade, provas do que havia sido dito. O próprio Palocci ainda não as apresentou. Chama a atenção na reportagem também, que uma informação sobre as chances da delação de Palocci não acontecer, é desqualificada por conta do veículo ser da Globo.
Talvez desqualificar uma informação de um colega, de um outro veículo, não seja o melhor jeito de provar que, de fato, a emissora está irregular. Nas denúncias de ontem à noite, a Record não trouxe nada de novo, de diferente, de realmente bombástico.
Azenha, premiado que é, mais especulou. Mostrou as denúncias antigas e só disse que Palocci prometeu, mas não cumpriu. E se não cumpriu, não tem denúncia.
E se não tem denúncia, nem devia ter reportagem. Mas conhecemos a TV brasileira. Ontem à noite, a Record só fez lembrar os tempos de brigas todos os dias. E sem a menor necessidade.