Em comunicado enviado para os seus assinantes nesta sexta-feira (12), a Vivo anunciou que retirará os canais da Simba Content, joint-venture formada por RecordTV, SBT e RedeTV!.

Na imagem, a Vivo fala em forma padrão e diz que as negociações não tiveram o desfecho que se esperava. “A Vivo mantinha negociações com os canais RecordTV, SBT e RedeTV!, porém não chegou a um acordo comercial”, diz a operadora.

A Vivo retirará os sinais no dia 10 de junho. O agendamento de 30 dias é para evitar reclamações com os clientes, já que a legislação diz que o pagante precisa ser avisado um mês antes da retirada de algum canal do line-up de programação.

A medida da Vivo surpreende. Em comunicados, a Simba sempre dizia que a Vivo estava muito perto de fechar um valor para a programadora – tanto que, no fim de março, a joint-venture deixou os seus canais na operadora.

Procurada para falar sobre a saída, a Simba diz que está preparando um comunicado sobre a decisão da operadora, que é a quinta maior do país, com boa aceitação na Grande São Paulo principalmente.

A Simba existe desde 2015, mas apenas em maio do ano passado seu funcionamento foi aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O funcionamento pleno começou no início deste ano.

A união já rende frutos impressionantes. Em fevereiro, Ratinho, Rodrigo Faro e Luciana Gimenez, três das maiores estrelas das emissoras da joint-venture, se uniram para anunciar o fim da TV analógica em comerciais.

No fim de março, as emissoras retiraram seus sinais digitais das TVs a cabo por não receber por eles e alegar intransigência ao não conseguir negociar com Net, Sky, Vivo, Oi e Claro.

A Simba surgiu da necessidade dos canais de cobrarem pelo seu sinal na TV por assinatura. Segundo elas, a Globo recebe dinheiro pelo seu sinal e todas as outras não conseguem um centavo das maiores operadoras do Brasil.

A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões, apenas com as assinaturas, cheguem aos cofres dos canais se todo o plano pretendido for seguido à risca – este valor apenas na Grande São Paulo, onde estão 7 milhões de assinantes.

Esse dinheiro deve ser aplicado na produção de conteúdo. Elo mais fraco da corda, a RedeTV! espera que essa joint-venture ajude o canal a diminuir os horários vendidos em sua grade – hoje em mais de 50% no total.


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