30 anos depois de sua exibição original, Mulheres de Areia (1993) repetiu o sucesso em mais uma reprise. A Edição Especial do clássico de Ivani Ribeiro chegou ao fim nesta sexta-feira (15) com bons índices de audiência.

Marcos Frota em Mulheres de Areia
Marcos Frota em Mulheres de Areia (Reprodução / Globo)

Em 1993, a novela se tornou um verdadeiro fenômeno na faixa das 18 horas, mexendo com o público e até com integrantes do elenco. A autora Ivani Ribeiro, inclusive, chegou a mudar o final da história em cima da hora.

O triste destino de Alzira

Em 19 de setembro de 1993, o jornal O Dia informava que Ivani Ribeiro, ao lado da colaboradora Solange Castro Neves, havia feito alterações de última hora no final de Mulheres de Areia.

Entre as “novidades”, o jornal destacava a cena em que Alemão (Jonas Bloch), ao lado de Clarita (Susana Vieira), apareceria distribuindo autógrafos na festa de lançamento de seu livro.

Mas a principal mudança adiantada pela publicação era o destino de Alzira (Giovanna Gold). A princípio, a personagem terminaria a trama ao lado de Damião (João Carlos Barroso). Mas Ivani Ribeiro mudou de ideia e a personagem terminou sozinha, abraçada à escultura de areia de Tonho da Lua (Marcos Frota).

Atriz pediu a mudança

Giovanna Gold em Mulheres de Areia
Giovanna Gold em Mulheres de Areia (Reprodução / Globo)

A própria Giovanna Gold contou numa entrevista que a mudança do destino de Alzira aconteceu por conta de um pedido dela. A atriz comentou que não concordava com um novo romance para a personagem, que sempre foi apaixonada por Tonho da Lua.

“Quando veio o final da novela e a ‘Magrela’ [apelido da personagem] terminava de mão dada com outro, e não com o Tonho, foi punk. Não acreditei, como assim? Falei com o Wolf e ele concordou, ‘final muito careta’”, contou a atriz ao portal Notícias da TV, em julho de 2023.

“Ela passa a novela toda atrás do Tonho da Lua, [e termina de] mão dada com outro dando tchau pra ele? Fala sério. Era 1993, as pessoas ainda sentiam amor, não eram Tinders [usuários do app de relacionamento]. Não procedia”, explicou a atriz.

Morte de Raquel também foi modificada

Outra mudança no final de Mulheres de Areia – com relação à versão original da trama, produzida pela Tupi em 1973 – aconteceu com Raquel (Gloria Pires). A gêmea má, que infernizou Ruth (Gloria Pires) a novela toda, morre no final das duas versões da trama, mas de modo diferente.

No remake, Raquel morre num acidente de carro após ser perseguida por César (Henri Pagnoncelli). Ele queria se vingar dela, que contou a Zé Luis (Irving São Paulo) que o crápula engravidou Ruth e a abandonou. Assim, os dois protagonizam uma intensa perseguição de carro, que culmina com o veículo da vilã rolando ribanceira abaixo.

Já na primeira versão, em 1973, a morte de Raquel (Eva Wilma) também aconteceu por ato de César (Rolando Boldrin). Mas ele tira a vida da malvada dando um tiro na vilã.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor