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Classificada pelo autor Mário Teixeira como uma “história regional, mas também universal”, Mar do Sertão estreia no próximo dia 22 para, de certa forma, falar de política. O espectador certamente reconhecerá características de figuras do meio em personagens como o prefeito Sabá Bodó (Welder Rodrigues) e o jornalista Eudoro Cidão (Érico Brás).
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A discussão em ano eleitoral terá, como todo o enredo, muito humor. As escalações de Welder e Érico, ligados às atrações como o extinto Zorra, vão de encontro à opção pela graça.
“O Allan [Fiterman, diretor artístico] falou: ‘vocês vão precisar dosar para não criar uma novela à parte’”, revelou Brás na coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (11).
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Entre o drama e a comédia
Sabá Bodó é o prefeito da fictícia Canta Pedra, interessado em construir um açude e tirar o domínio sobre a água da região do Coronel Tertúlio (José de Abreu). A motivação, porém, não passa só pelo bem estar do povo. O que o político quer é deixar seu nome na história da cidade e perpetuar-se no cargo através da filha Jessilaine (Giovanna Figueiredo).
“Eu me inspirei em tantos políticos… A gente lembra de tantos, mas eu não vou falar o nome de nenhum para não ser processado e a Globo não ter trabalho comigo”, brincou Welder Rodrigues.
Eudoro Cidão mantém-se próximo do prefeito para não perder certas vantagens. É que a gráfica dele, que edita A Gazeta de Canta Pedra, responde também pela publicação do Diário Oficial. Com isso, boa parte das matérias do jornalista estão de acordo com as ações de Sabá Bodó. Érico Brás vê na trama, e na escalação de comediantes, a possibilidade do público refletir:
“O personagem do Welder é engraçado, é corrupto, filho da mãe… Aí a gente coloca um ator de comédia nesse papel e deixa o pessoal julgar, até que ponto isso é engraçado ou não”.
Novos ares
Érico Brás acumulou experiência em novelas com A Lei do Amor (2016). Para Welder Rodrigues, Mar do Sertão é o primeiro trabalho do gênero.
“Eu nunca fiz novela porque eu não tenho capacidade técnica. Estou fazendo essa porque o Allan é um sedutor”, divertiu-se Welder.
A passagem dos dois por vários humorísticos – como a Escolinha do Professor Raimundo – implicou em ajustes para que Sabá Bodó e Eudoro Cidão não ficassem “deslocados” da narrativa, pelo tom ou pelo êxito.
“Nos primeiros dias rodando, o Allan e o Mário precisaram podar a gente um pouco, porque nós viemos do humor histriônico, do ‘Zorra’. O Allan falou ‘vocês vão precisar dosar para não criar uma novela à parte’”, revelou Érico.
Dias melhores virão
O autor Mário Teixeira (na foto com Allan Fiterman) explicou o tom adotado pela nova novela das seis no que tange à crítica social.
“Alguém já disse que é rindo que se castiga os costumes e eu concordo plenamente com isso”, afirmou.
“O que me inspira é a história do nosso país que sempre se repete, de exploração, de penúria, de concentração de renda. […] A ideia é trazer o microcosmo do Brasil, com uma geografia inventada, com um lugar inventado, é de escrever a fantasia que pode ser um espelho da realidade”, completou o novelista.
Apesar dos pesares, o tom adotado pelo enredo capitaneado por Zé Paulino (Sergio Guizé) e Candoca (Isadora Cruz), duas pessoas do povo interessantes no bem do próximo e da comunidade, é de alento.
“É um sopro de esperança no Brasil de hoje. Não se trata de como ele é ou deveria ser, mas como ele poderia ser. […] A gente vai estrear às vésperas de uma eleição super conturbada. Espero que seja um brilho de esperança no horizonte das pessoas”, ressaltou Mário.