Quem conhece a carreira de Gugu Liberato (1959-2019) sabe que, além de grande apresentador, ele também foi um ótimo produtor. Sempre de olho nas tendências, Gugu trazia temas em alta para o seu programa.

Em 1988, Rambo era uma febre no Brasil. Estrelado por Sylvester Stallone, o personagem principal do filme homônimo contava a história do ex-combatente da Guerra do Vietnã, John Rambo. Foram três filmes lançados, cinemas lotados e números altos na audiência quando exibidos na grade do SBT e da Globo.

Gugu viu nesse sucesso uma forma de elevar seus números no Ibope em cima do personagem e criou o concurso “Rambo Brasileiro”, atração do Viva a Noite, programa de grande sucesso nas noites de sábado do SBT entre 1982 e 1992.

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Quem se achava parecido com Rambo, podia se inscrever e participar do concurso. Se selecionado, o competidor se vestiria igual ao personagem de Stallone e seria recebido no palco pelo próprio apresentador. Gugu perguntava sobre a vida do concorrente, o hobby, etc. e fazia um desfile bem ao estilo dos campeonatos de halterofilismo.

Para dar mais emoção ao programa, o concorrente também estrelava um clipe inspirado no segundo filme da série: no meio do mato, andando de tanque de guerra, pulando na lama, se arrastando no chão, lutando com inimigos, escapando de minas terrestres e, como sempre, segurando uma bazuca.

Em pouco tempo, o quadro se tornou sucesso, trazendo ótimos índices de audiência para o programa do Gugu. Toda semana havia uma eliminatória, o júri dava suas notas e o púbico torcia pelos finalistas.

Na grande final, o palco do Viva a Noite virou um set de filmagem e Gugu, vestido a rigor, conduziu a competição trazendo a cantora Elba Ramalho e o conjunto Dominó para animar o auditório.

Foi, de fato, uma grande produção para aquele dia, com direito a uma entrada heroica dos competidores: vestidos de Rambo e com armas cenográficas, eles “metralharam” os vilões que estavam no palco. E a plateia, ao delírio, gritava e aplaudia.

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Nessa final, os competidores mostravam seus talentos: cantor, chef de cozinha, tocador de gaita, modelo e ator de comercial de cueca. Realmente, a competição não era tão simples assim e tudo era julgado de forma rigorosa pelo júri formado por Sonia Abrão e outras mulheres.

Além de um troféu, o vencedor Ewerton Siqueira recebeu uma premiação em dinheiro, passagem para os Estados Unidos e uma motocicleta Vespa, além de alguns momentos de fama nacional. Atualmente, o capixaba é advogado e empresário.

Como citei, o concurso foi um grande sucesso e ajudou Gugu a manter os bons índices de audiência do Viva a Noite. Isso mostra a versatilidade e a visão do apresentador, independentemente da qualidade da atração.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor