É um dever da Globo dar um fim minimamente digno à Amor de Mãe

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Ontem ouvi no rádio uma música que tocava em Espelho da Vida e bateu saudade da novela. Que evoluiu para saudade de novela inédita. Que evoluiu para saudade de Amor de Mãe.

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A pandemia do novo coronavírus interrompeu a exibição das novelas inéditas, então estou sem ver novela desde que comecei a quarentena. Quer dizer, acompanho a reprise de Brega e Chique no Viva, e só. Acho Viva a Diferença, Novo Mundo e Totalmente Demais excelentes, mas sem vontade de vê-las novamente.

Nem A Força do Querer (a próxima a estrear, que considero uma das melhores produções dos últimos anos) me desperta ganas para o repeteco.

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Provavelmente porque trabalhei muito elas todas quando foram originalmente exibidas, cobrindo-as e escrevendo, exercendo um papel muito maior do que o mero telespectador passivo.

Voltando a Amor de Mãe: as últimas notícias sobre a novela, confirmadas com a Comunicação da Globo, dão conta de que:

– dia 10/08 é uma possibilidade de volta às gravações, com elenco reduzido – “A nossa prioridade é viabilizar o ‘como gravar’, com o cuidado permanente com a segurança dos talentos e das equipes“;

– serão, a princípio, apenas mais 23 capítulos e a novela acaba;

– o final da novela será exibido apenas em 2021, sem data definida. Idem para Salve-se Quem Puder (atração das 19h).

Diante desse cenário, lamenta-se que uma produção da envergadura de Amor de Mãe tenha sofrido dessa forma. Ao mesmo tempo, não há muito mais a fazer, infelizmente. É inviável esperar pela sonhada vacina (e a volta ao normal de todas as atividades) para repor a novela. Por outro lado, é um dever da emissora dar um fim minimamente digno à produção, pelo compromisso com o público e com todos os profissionais nela envolvidos.

Quando se pensa que Amor de Mãe será reduzida a um fim precipitado, baixa um sentimento misto de pesar e frustração. Se eu (público), sinto isso, imagina a autora Manuela Dias – em sua estreia em novela no horário nobre com uma trama potente e poderosa -; o diretor José Luiz Villamarim e toda sua equipe técnica e artística; e os atores, que passaram meses estudando e preparando seus personagens.

Imagino a tristeza de Manuela e de Regina Casé. Estive com Regina algumas vezes e a atriz sempre externou seu amor e compromisso com Lurdes, refletido no trabalho irrepreensível que acompanhamos na tela. Cito Regina por ela ter nas mãos não só a protagonista, mas também a personagem de maior apelo da trama.

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Porém, é triste também imaginar que Thelma, Danilo-Domênico, Vitória, Raul, Álvaro, Davi, Sandro, Camila, Betina, Magno, Lidia, Durval, Leila, Penha, Jane e tantos outros tenham que se despedir tão precocemente. E os atores de suas crias.

Todavia, tenho certeza que o desfecho e a solução que Manuela Dias e José Luiz Villamarim encontrarem para a trama e personagens serão os mais lindos possíveis, dignos do que foi apresentado e do que a novela se mostrou até onde parou.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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