No último domingo (25), todos nós vimos e repercutimos o que aconteceu com Dudu Camargo e sua participação no Pânico na Band. É praticamente o assunto da semana e, diga-se, não se fala de outra coisa nas rodas de conversa de quem gosta de TV.

Mas os acontecimentos posteriores ao que rolaram no domingo chocaram, principalmente em relação ao Pânico. Na verdade, já de algum tempo, principalmente neste ano, algumas coisas me incomodam no programa.

A primeira delas é o esquema de “tudo pela audiência” que está acontecendo, domingo após domingo, desde o início da nova temporada. Me assusta como é tudo por um choque, tudo por uma repercussão, só para que o humorístico volte aos tempos áureos onde tinha notoriedade imensa.

Mas aí mora uma diferença muito cabal. Na época de seu auge, lá pelos idos de 2004 e 2005, e posteriormente em 2009, o Pânico dava repercussão não pelo que fazia chocar, e sim por fazer rir.

Hoje, o principal objetivo do programa parece simplesmente o choque para subir os números. E, numa boa, por mais que o Pânico seja maluco e insano, e isso todos nós sabemos, choque pelo choque nunca foi a do programa.

Quer uma prova disso? Todo mundo viu o que aconteceu durante a semana com Dudu Camargo e Maísa. No Twitter, o diretor dele, Marcelo Nascimento, o Nassa, celebrou dizendo “rei rei rei, Dudu é nosso rei”.

Além disso, mandou uma indireta para jornalistas dizendo que “estão levando um programa humorístico a sério”. Bom, meio difícil não levar depois do que aconteceu e da repercussão ruim do show de tosqueiras que foi – tudo bem, Dudu não foi obrigado, mas quem o expõe a isso merece as criticas.

Desde o início do ano, Marcelo, em sua conta na rede social, faz cruzadas contra notícias de derrotas que o programa sofre para o Encrenca. Quando vence, divulga. Quando perde, diz que foi por pouco, que “Osasco valoriza” e que a imprensa noticia errado muitas vezes.

Entendo o papel de Marcelo, mas é só ver o programa e ver os números pra se notar que não tem nada normal. Mesmo com Record, SBT e RedeTV! fora da TV paga, o Pânico não subiu. Continua com 5 pontos e, por algum motivo, isso é comemorado.

Para um programa que já foi líder, que quando chegou na Band brigava fortemente pela vice-liderança, comemorar 5 pontos é pouco. Alguém irá dizer “a TV mudou e o jovem foi pra internet”. Amigo, se o programa é bom, ele deixa a internet e vai ver na TV.

Hoje, o Pânico não está bom para quem gosta dele, para quem sempre gostou e nem para quem está lá dentro. Se não tiver uma mudança drástica de conteúdo, o Pânico precisa sair da TV para respeitar a história que criou. Terminar assim, no tudo pelo Ibope, será um fim que o programa não merece.


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