É difícil dizer isso, mas o Pânico precisa terminar para respeitar sua própria história

29/06/2017 às 12h00

Por: Gabriel Vaquer
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No último domingo (25), todos nós vimos e repercutimos o que aconteceu com Dudu Camargo e sua participação no Pânico na Band. É praticamente o assunto da semana e, diga-se, não se fala de outra coisa nas rodas de conversa de quem gosta de TV.

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Mas os acontecimentos posteriores ao que rolaram no domingo chocaram, principalmente em relação ao Pânico. Na verdade, já de algum tempo, principalmente neste ano, algumas coisas me incomodam no programa.

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A primeira delas é o esquema de “tudo pela audiência” que está acontecendo, domingo após domingo, desde o início da nova temporada. Me assusta como é tudo por um choque, tudo por uma repercussão, só para que o humorístico volte aos tempos áureos onde tinha notoriedade imensa.

Mas aí mora uma diferença muito cabal. Na época de seu auge, lá pelos idos de 2004 e 2005, e posteriormente em 2009, o Pânico dava repercussão não pelo que fazia chocar, e sim por fazer rir.

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Hoje, o principal objetivo do programa parece simplesmente o choque para subir os números. E, numa boa, por mais que o Pânico seja maluco e insano, e isso todos nós sabemos, choque pelo choque nunca foi a do programa.

Quer uma prova disso? Todo mundo viu o que aconteceu durante a semana com Dudu Camargo e Maísa. No Twitter, o diretor dele, Marcelo Nascimento, o Nassa, celebrou dizendo “rei rei rei, Dudu é nosso rei”.

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Além disso, mandou uma indireta para jornalistas dizendo que “estão levando um programa humorístico a sério”. Bom, meio difícil não levar depois do que aconteceu e da repercussão ruim do show de tosqueiras que foi – tudo bem, Dudu não foi obrigado, mas quem o expõe a isso merece as criticas.

Desde o início do ano, Marcelo, em sua conta na rede social, faz cruzadas contra notícias de derrotas que o programa sofre para o Encrenca. Quando vence, divulga. Quando perde, diz que foi por pouco, que “Osasco valoriza” e que a imprensa noticia errado muitas vezes.

Entendo o papel de Marcelo, mas é só ver o programa e ver os números pra se notar que não tem nada normal. Mesmo com Record, SBT e RedeTV! fora da TV paga, o Pânico não subiu. Continua com 5 pontos e, por algum motivo, isso é comemorado.

Para um programa que já foi líder, que quando chegou na Band brigava fortemente pela vice-liderança, comemorar 5 pontos é pouco. Alguém irá dizer “a TV mudou e o jovem foi pra internet”. Amigo, se o programa é bom, ele deixa a internet e vai ver na TV.

Hoje, o Pânico não está bom para quem gosta dele, para quem sempre gostou e nem para quem está lá dentro. Se não tiver uma mudança drástica de conteúdo, o Pânico precisa sair da TV para respeitar a história que criou. Terminar assim, no tudo pelo Ibope, será um fim que o programa não merece.


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