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Grande aposta da temporada no SBT, A Infância de Romeu e Julieta vai de mal a pior. A trama de Íris Abravanel inspirada na obra de William Shakespeare derrubou os já baixos índices herdados de Poliana Moça e afundou o horário nobre do canal de Silvio Santos.
Bianca Rinaldi como Vera em A Infância de Romeu e Julieta (Reprodução / SBT)A coisa está tão feia que a novela infantil já começa a registrar menos audiência que as reprises da tarde do canal. Trata-se de uma tragédia anunciada, já que Íris Abravanel e sua equipe estão à frente das novelas da emissora há cinco anos e não conseguem oxigenar a fórmula das tramas infantis.
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Ladeira abaixo
Dulce María, Christopher von Uckermann, Anahí e Alfonso Herrera, protagonistas de Rebelde (Divulgação / Televisa)
De acordo com dados do Kantar Ibope Media, A Infância de Romeu e Julieta alcançou parcos 4,3 pontos de média na Grande São Paulo, nesta terça-feira (13). Foi menos audiência que três das quatro tramas em reprise no início das tardes da emissora.
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Contrariando expectativas, a reapresentação da novela Rebelde (2004) tem registrado bons índices de audiência para os atuais padrões do SBT e cravou 4,8 pontos no mesmo dia. Já Marisol (2002), em seus últimos capítulos, também foi bem e anotou 4,4. Ou seja, ambas ficaram à frente do folhetim inédito.
Até mesmo a terceira exibição de Sortilégio (2009), no bloco Novelas da Tarde, bateu A Infância de Romeu e Julieta, com 4,7 de média. Deste modo, não deve demorar muito para que as reprises se consolidem como as novelas mais vistas do SBT, deixando a trama inédita para trás.
Desgaste
Lorena Queiroz como Dulce Maria em Carinha de Anjo (Divulgação / SBT)
O fracasso de A Infância de Romeu e Julieta no SBT é reflexo direto do cansaço apresentado pela autora Íris Abravanel e sua equipe de roteiristas. O grupo de autores assina as novelas da emissora há cinco anos ininterruptos, rotina que mina a criatividade de qualquer profissional.
Nestes 11 anos em que o SBT aposta em novelas infantis, Íris Abravanel “descansou” apenas durante Carinha de Anjo (2016), trama que foi escrita por Leonor Corrêa. As demais novelas, como Carrossel (2012), Chiquititas (2013) e Cúmplices de um Resgate (2015) foram todas assinadas pela esposa de Silvio Santos.
Antes de Romeu e Julieta, a equipe emplacou As Aventuras de Poliana (2018), novela que começou muito bem, mas acabou perdendo fôlego em razão de sua extensa duração. Já Poliana Moça foi uma decepção que expôs a crise criativa de Íris e cia: a novela simplesmente não tinha enredo.
Renovação
Vittória Seixas e Miguel Ângelo como Julieta e Romeu em A Infância de Romeu e Julieta (Lourival Ribeiro / SBT)
A Infância de Romeu e Julieta até tem uma boa proposta. Os autores criaram um grande universo ao explorar a rivalidade entre moradores de um mesmo bairro e elevaram a importância da trama adulta, o que ajuda a ampliar o público-alvo. A ideia de trocar a escola, cenário da maioria das tramas anteriores, por um centro esportivo também foi bem-vinda.
Mas, na prática, a nova novela pouco difere de suas antecessoras. Pior: parece ter um fio condutor que não se sustenta por tantos capítulos. Isso ajuda a explicar o desinteresse do público pela nova novela, que é muito bem-feita e conta com um ótimo elenco.
Assim, o péssimo resultado mostra que o SBT precisa de uma renovação em seu time de roteiristas. Íris Abravanel precisa descansar e a emissora necessita de sangue novo em sua teledramaturgia. A aposta em Leonor Corrêa em Carinha de Anjo foi acertada, vide o sucesso da trama, mas a profissional não está mais no canal. É preciso pensar em novos nomes.
