E agora? Caça ao tesouro de Fuzuê pode virar um problema para a Globo

Marina Ruy Barbosa em Fuzuê (Reprodução / Globo)

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Fuzuê estreou na faixa das sete da Globo resgatando algumas das mais clássicas características que consagraram o horário. O humor pastelão, a histeria, o romance, a ação e uma pitada de mistério são alguns dos ingredientes utilizados pelo autor Gustavo Reiz que, até aqui, têm agradado ao público.

Marina Ruy Barbosa em Fuzuê (Reprodução / Globo)

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No entanto, nem tudo são flores na história estrelada por Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa. A “caça ao tesouro” que move a história já começa a cansar o público com os vários enigmas lançados sem explicação. Isso pode virar um problema e comprometer o desenvolvimento da obra.

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Novela com cara de novela

Giovana Cordeiro (Luna) e Nicolas Prattes (Miguel) em Fuzuê (Fábio Rocha / Globo)

O lançamento de Fuzuê agradou bastante o espectador da Globo. O folhetim das sete colecionou elogios por se mostrar uma trama descompromissada, bem humorada e repleta de bons personagens. De cara, a mocinha Luna (Giovana Cordeiro) conquistou o público ao se mostrar uma mulher forte e de personalidade.

Ao lado de Miguel (Nicolas Prattes), um mocinho meio atrapalhado, Luna forma um par gracioso. Mas, para atrapalhar a vida dos pombinhos, há a vilã Preciosa (Marina Ruy Barbosa), uma megera afetada que diverte a audiência com suas frases de efeito.

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O grande trunfo de Fuzuê é que se trata de uma novela que não tem vergonha de ser uma novela. Pelo contrário. O autor Gustavo Reiz abraça os principais clichês do gênero e brinca com eles, transformando sua novela numa diversão saborosa.

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Em busca de um tesouro

Olívia Araújo como Maria Navalha em Fuzuê (divulgação/Globo)

Um dos clichês abraçados por Reiz é o da “caça ao tesouro”, temática que já rendeu inúmeros folhetins, como Jogo da Vida (1981), O Mapa da Mina (1994) e Negócio da China (2008), entre tantas outras. Toda a trama da novela é amarrada pelos interesses dos personagens em encontrar um tesouro histórico que estaria escondido no subsolo da loja Fuzuê, principal cenário da obra.

É um bom mote, desde que bem trabalhado. No entanto, Fuzuê assume um risco na maneira como tem explorado este plot até aqui. Luna e seus amigos constantemente bancam os detetives e tentam juntar as pontas soltas dos mistérios. A cada descoberta, um novo enigma é lançado.

A novela ainda não tem um mês no ar e o público já lida com o desaparecimento de Maria Navalha (Olívia Araújo), o mistério de seu passado, mapas, passagens secretas, chaves misteriosas, histórias de relíquias… São tantos os enigmas e fatos sem explicação que a novela já começa a cansar.

Erro que se repete

Mel Lisboa e Taís Araújo em Cara e Coragem (Divulgação / TV Globo)

Último fiasco da faixa das sete, Cara e Coragem (2022) se deu mal ao ir pelo mesmo caminho. A história de Claudia Souto deixou o público confuso e indiferente diante dos vários enigmas que lançou: uma pasta misteriosa, uma seita de mulheres de laranja, a falsa morte de Clarice (Taís Araújo), os segredos envolvendo sua sósia…

Eram tantos fatos sem explicação que o público simplesmente não se sentiu envolvido com a trama. Resultado: Cara e Coragem passou praticamente despercebida, com baixa audiência e repercussão zero.

Fuzuê tem muito mais qualidades que Cara e Coragem, já que conta uma história mais digerível, tem bons personagens e usa o humor como seu principal trunfo. Mas, se seguir tão mergulhada nos enigmas, como aconteceu com a outra novela, corre o risco de fazer o público dispersar. Já está na hora de responder alguns dos mistérios e propor novas histórias.

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