Durou pouco: jornalista foi “convidado” a pedir demissão de canal
03/07/2023 às 18h18
Com quase 50 anos de trabalho no jornalismo, William Waack passou pelos principais veículos de comunicação do país e participou de grandes coberturas históricas que mexeram com o Brasil e o mundo. No entanto, também esteve envolvido em polêmicas e saídas conturbadas de algumas emissoras.
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Em 1988, Waack assumiu a bancada do Jornal da Cultura. A emissora pública fazia uma reformulação em seu jornalismo e viu no profissional o ponto principal da mudança.
Ele, que veio da redação do Jornal da Tarde, seguia o mesmo caminho de Boris Casoy, que saiu da Folha de S. Paulo seguindo para uma emissora, o SBT, onde se tornou âncora do TJ Brasil. No entanto, o casamento entre Waack e a emissora pública paulista durou muito pouco.
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Durou pouco
O então diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, Roberto Muylaert, advertiu o apresentador e a equipe de jornalistas por estarem “enviesando” as notícias. A equipe, revoltada, pediu a anulação da advertência. O dirigente pediu as contas, mas acabou voltando atrás e continuou em seu cargo.
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Insatisfeito, William Waack entregou sua carta de demissão ao diretor-presidente, que não a aceitou e pediu para que o jornalista continuasse na emissora.
Waack aceitou ficar, mas uma declaração sua para a Folha de S. Paulo azedou tudo, quando disse que Muylaert aceitou as condições impostas pelo apresentador de “manter independente, autônomo e imparcial” o jornalismo do canal.
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Isso revoltou o diretor, ao ponto de “desconvidar” o jornalista de continuar na TV Cultura, o que, de fato, aconteceu.
“Retirei apenas o meu apelo para que continuasse na TV Cultura. Na notícia da Folha, Waack voltava a tocar no tema de que havia necessidade de assegurar ao jornalismo condições de liberdade”, disse. “E isso é coisa da qual a diretoria e o conselho da Fundação cuidam”, completou.
Saída da Globo também foi conturbada
Em 1996, após mais alguns anos de trabalho no jornalismo impresso, William Wack foi para a Globo e se tornou um dos principais nomes do jornalismo da emissora. Tal performance levou-o a ser convidado para comandar o Jornal da Globo alguns anos mais tarde.
Contudo, em novembro de 2017, sua trajetória no canal acabou após o vazamento de um vídeo da cobertura das eleições norte-americanas de 2016, no qual Waack, fora do ar, fez comentários racistas.
Depois de um mês de investigação, ele foi demitido por conta da polêmica; além disso, o fato repercutiu em outros veículos e causou repúdio na opinião pública.
Em março de 2020, após três anos fora da telinha, Waack foi contratado para comandar o Jornal da CNN, na recém-inaugurada CNN Brasil. Além dessa tarefa, o jornalista polêmico produz conteúdo para a internet em seu canal no YouTube. Atualmente, ele comanda um programa de debates no fim da noite.