Eu gosto da novela das sete. O texto de Mauro Wilson e seus personagens carismáticos remetem à leveza de Tapas e Beijos e A Grande Família (obras anteriores do autor). O elenco está afiado e a produção e a direção são ótimas!

Quanto Mais Vida Melhor

É uma novela agradável de assistir, traz um frescor para essas noites quentes de verão. Como não se divertir com tipos como Neném e sua família, Tetê, Juca, Odete, Deusa, Odailson, os policiais Nunes e Prado… Até as arqui-inimigas Paula e Carmem fornecem entretenimento.

Os elogios e as qualidades acima são aplicados exclusivamente à parte de humor de Quanto Mais Vida Melhor.

Porém, quando a novela se volta para o drama de Guilherme e Rose, o frescor se dissipa.

Quanto Mais Vida Melhor

Há um descompasso gritante. Até outros núcleos dramáticos – como a relação de Paula e a filha e os romances juvenis – destoam do rame-rame do “casal neuras” de Quanto Mais Vida Melhor.

Disco riscado

Quanto Mais Vida Melhor

É sempre a mesma resenha. Os desentendimentos entre Guilherme e Rose dão voltas e voltas e não saem do lugar, ela indecisa, ele ciumento. Parece disco riscado.

Rose vive remoendo as lembranças do passado em cenas exaustivas de flashback de sua juventude com Neném.

Carol Macedo e Leonardo Zanchin (Rose e Neném jovens) já são considerados atores do elenco fixo, do tanto que aparecem.

O pior é que não há como torcer por Rose e Neném (maduros), porque o jogador e Paula formam um par irresistível.

Mateus Solano e Bárbara Colen são excelentes atores, mas não há química entre seus personagens. Guilherme e Rose vivem de cara amarrada (já usei essa expressão para o personagem de Mateus Solano em Pega Pega).

Quanto Mais Vida Melhor

Há uma salvação para Guilherme: ele é detestável, mas se humaniza com Flávia, personagem com quem faz um contraponto.

Há quem se incomode com o fato de a atriz Valentina Herzage ter vivido a filha de Mateus Solano em Pega Pega, reprisada antes da atual novela. É só desligar a chavinha de Pega Pega. São personagens diferentes em tramas distintas.

Personagem difícil

Barbara Colen

Já Rose precisaria passar por uma transformação completa. Bárbara Colen – dos filmes Aquarius e Bacurau e das séries Onde Está Meu Coração e Hit Parade  – é ótima atriz.

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Porém, sua estreia em novelas foi justamente com uma personagem pouco carismática, difícil de se apegar, em uma trama que não evolui e que não tem para onde correr.

É chato. É cansativo. Não tem como torcer para Guilherme e Rose. Ficamos do lado de Celina – a vilã vivida por Ana Lúcia Torre que quer separar o casal.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor