Drama chato e cansativo: só a comédia salva Quanto Mais Vida, Melhor
20/01/2022 às 15h41
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Eu gosto da novela das sete. O texto de Mauro Wilson e seus personagens carismáticos remetem à leveza de Tapas e Beijos e A Grande Família (obras anteriores do autor). O elenco está afiado e a produção e a direção são ótimas!
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É uma novela agradável de assistir, traz um frescor para essas noites quentes de verão. Como não se divertir com tipos como Neném e sua família, Tetê, Juca, Odete, Deusa, Odailson, os policiais Nunes e Prado… Até as arqui-inimigas Paula e Carmem fornecem entretenimento.
Os elogios e as qualidades acima são aplicados exclusivamente à parte de humor de Quanto Mais Vida Melhor.
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Porém, quando a novela se volta para o drama de Guilherme e Rose, o frescor se dissipa.
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Há um descompasso gritante. Até outros núcleos dramáticos – como a relação de Paula e a filha e os romances juvenis – destoam do rame-rame do “casal neuras” de Quanto Mais Vida Melhor.
Disco riscado
É sempre a mesma resenha. Os desentendimentos entre Guilherme e Rose dão voltas e voltas e não saem do lugar, ela indecisa, ele ciumento. Parece disco riscado.
Rose vive remoendo as lembranças do passado em cenas exaustivas de flashback de sua juventude com Neném.
Carol Macedo e Leonardo Zanchin (Rose e Neném jovens) já são considerados atores do elenco fixo, do tanto que aparecem.
O pior é que não há como torcer por Rose e Neném (maduros), porque o jogador e Paula formam um par irresistível.
Mateus Solano e Bárbara Colen são excelentes atores, mas não há química entre seus personagens. Guilherme e Rose vivem de cara amarrada (já usei essa expressão para o personagem de Mateus Solano em Pega Pega).
Há uma salvação para Guilherme: ele é detestável, mas se humaniza com Flávia, personagem com quem faz um contraponto.
Há quem se incomode com o fato de a atriz Valentina Herzage ter vivido a filha de Mateus Solano em Pega Pega, reprisada antes da atual novela. É só desligar a chavinha de Pega Pega. São personagens diferentes em tramas distintas.
Personagem difícil
Já Rose precisaria passar por uma transformação completa. Bárbara Colen – dos filmes Aquarius e Bacurau e das séries Onde Está Meu Coração e Hit Parade – é ótima atriz.
Porém, sua estreia em novelas foi justamente com uma personagem pouco carismática, difícil de se apegar, em uma trama que não evolui e que não tem para onde correr.
É chato. É cansativo. Não tem como torcer para Guilherme e Rose. Ficamos do lado de Celina – a vilã vivida por Ana Lúcia Torre que quer separar o casal.