A Floresta Produções e a HBO Max preparam o remake de Dona Beija, um dos clássicos da Manchete. A nova versão terá um título diferente: Dona Beja, sem o “i”. A mudança vai ao encontro dos registros históricos sobre a personagem-título, defendida por Grazi Massafera – Maitê Proença (abaixo) foi a estrela da versão original.

Dona Beija - Maitê Proença
Maitê Proença no papel-título de Dona Beija (Divulgação / Manchete)

Publicações sobre Ana Jacinta de São José, mulher que fez história em Araxá, Minas Gerais, tratam a mesma por Beja. O “i” foi adotado pela Manchete – talvez pela associação com a vivacidade de um beija-flor, conforme destacado no logotipo e no primeiro capítulo do folhetim de 1986.

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Batismo

Dona Beija - Maitê Proença e Marcelo Picchi
Maitê Proença e Marcelo Picchi em Dona Beija (Divulgação / Manchete)

A releitura, porém, optou pela grafia adotada em livros e documentos oficiais. As obras que inspiraram a novela usam o “Beja”: A Vida em Flor de Dona Beija, de Agripa Vasconcelos, e Dona Beja, a Feiticeira de Araxá, de Thomas Leonardos.

As duas publicações serviram de base para o autor Wilson Aguiar Filho desenvolver a narrativa da Manchete. Os autores do remake, António Barreira e Daniel Berlinsky, trabalharam em cima da criação de Wilson.

“Beja” também consta em registros do Museu Histórico de Araxá, mantido pela Fundação Cultural Calmon Barreto. E de órgãos do governo federal, como na documentação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) sobre a fonte de águas radioativas em que Ana Jacinta se banhava.

A história

Travessia - Grazi Massafera
Grazi Massafera (Reprodução / Instagram)

Dona Beja acompanha Ana Jacinta da adolescência à maturidade. Aos 15 anos, então noiva de Antônio Sampaio, ela é sequestrada e violentada por Mota. Rechaçada por toda Araxá, inclusive pelo noivo e sua família tradicional e conservadora, Beja passa a usar de sua beleza para fazer fortuna.

Na ausência do abusador, que a trancafia em uma casa na Vila de Paracatu, Beja se deita com homens poderosos, acumulando joias e dinheiro. Ela então volta para Araxá, onde instala a Chácara do Jatobá, bordel que escandaliza a sociedade local.

A paixão por Antônio, porém, resiste – apesar da mágoa, do casamento dele com Aninha e do envolvimento de Beja com João Carneiro. Os dois vivem um relacionamento de amor e ódio que culmina com a morte do fazendeiro.

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Time de primeira

David Junior e Grazi Massafera
David Junior e Grazi Massafera em Bom Sucesso (Reprodução / Globo)

Em 1986, Maitê Proença e Gracindo Jr responderam por Beja e Antônio. A nova versão contará com Grazi Massafera na pele da cortesã; David Junior é o nome pretendido para o par romântico da protagonista.

Kelzy Ecard fará Augusta, personagem que marcou a trajetória de Marilu Bueno (1940 – 2022) – uma das integrantes da sociedade de Araxá que picharam Beja de todas as formas.

O elenco conta ainda com Deborah Evelyn, Isabela Garcia e Otávio Muller. O português Hugo de Sousa responderá pela direção artística.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.