Nos últimos dias, o público foi pego de surpresa com uma chamada do novo programa da Globo: o Domingão com Huck. A atração, que estreia em setembro, inicialmente terá uma mistura de quadros do Caldeirão e do antigo Domingão do Faustão. “Show dos Famosos” e “Quem quer ser um milionário?”, por exemplo, já estão confirmados.

Mas o que chamou a atenção foi a peça criada pela Globo para divulgar a produção. Com uma música dramática, a chamada exibe cenas de Huck caminhando pelo país, visitando pessoas humildes e pedindo ao espectador se ele poderia passar o domingo com o público brasileiro.

Não teve outra: a galera fez chacota, remetendo a nova atração a uma propaganda eleitoral e comparando o logo do programa com a marca da Tec Toy, antiga empresa de videogames.

Independente dessas brincadeiras, um fato foi fácil de perceber: vêm aí mais uma atração de choradeira nas tardes de domingo.

Há muito tempo, Eliana, no SBT, e Rodrigo Faro, na Record, utilizam desse artifício para conquistar a audiência e deixar o domingo um pouco mais deprimido. Quando o Domingo Show, com Geraldo Luis, estava no ar, era ainda pior.

Pode-se falar o que quiser de Fausto Silva, mas, nos últimos anos, ele seguia por um caminho complemente diferente, apresentando atrações mais animadas, como a Dança dos Famosos, o Ding Dong, as videocassetadas e até reprises das antigas Olimpíadas do Faustão. O único quadro que arrancava lágrimas era o Arquivo Confidencial, mas sem apostar em sensacionalismo barato.

Se Luciano Huck seguir à risca o que estava na chamada, estamos fadados a chorar até com os gols do Fantástico.

A Globo busca a mudança, fazendo bem em contratar Marcos Mion para as tardes de sábado, por exemplo. Não restam dúvidas de que o jeito extrovertido e animado do apresentador promete dar uma levantada nas monótonas tardes de sábado da nossa televisão. Foi um grande acerto e a expectativa entre os telespectadores é grande.

A emissora carioca deveria olhar assim para o novo programa do Huck, mostrando algo diferente dos concorrentes, mantendo o clima de alegria que Faustão sempre trazia aos domingos.

É lógico que o público gosta de emoção e pode ver boas histórias de superação, mas Luciano Huck precisa virar a chave e resgatar a alegria das tardes de domingo, saindo um pouco da pele de bom moço e presidenciável para voltar a ser realmente um apresentador de auditório.

Se o programa não for assim, teremos que torcer por mais reprises dos antigos programas de Silvio Santos, que fazia dos domingos uma diversão sem fim com seus games e brincadeiras.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor