DNA de Jenifer faz personagens inverterem papéis em Vai na Fé

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Não há dúvidas de que Theo (Emilio Dantas) é uma figura odiosa em Vai na Fé. Bandido e mau-caráter, o vilão é capaz de cometer as maiores atrocidades e manter a cara de bom moço. Com isso, acaba levando muita gente no bico, como fez com Ben (Samuel de Assis) a vida inteira.

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Mas a novela de Rosane Svartman subverte o perfil do vilão ao colocar Theo do lado da verdade na novela das sete da Globo. Na trama que envolve o mistério sobre a paternidade de Jenifer (Bella Campos), é Theo, o malvado, que está com a razão, enquanto Ben, o herói, é um mentiroso.

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Canalha

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Em Vai na Fé, Theo é movido por uma ambição excessiva, além de nutrir uma obsessão doentia pela mocinha Sol (Sheron Menezzes). O vilão foi capaz de abusar sexualmente da heroína quando ela era a namorada de Ben, então seu melhor amigo.

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Foi por causa deste abuso que Sol nunca teve certeza sobre quem seria o pai de Jenifer. Envergonhada, já que nunca se enxergou como vítima de abuso, a dançarina optou pelo silêncio. Silêncio esse que só foi quebrado quando a própria Jenifer se deu conta de que não poderia ser filha de Carlão (Che Moais).

A possibilidade de ser o pai da estudante de Direito animou Ben, que sempre sonhou em ter um filho. Já para Theo, ser o pai da garota representa ter um elo eterno com Sol, por quem segue obcecado. E é neste cenário que os papéis de Ben e Theo se subvertem.

Mocinho mentiroso

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Ao descobrir a verdade sobre Theo, Ben passou a agir no sentido de proteger Sol e Jenifer do vilão. E foi isso que o levou a tomar uma atitude controversa: fraudar um exame de DNA. O advogado queria garantir que mãe e filha mantivessem distância do bandido.

No entanto, o exame vai precisar ser refeito. E o resultado será diferente desta vez, apontando Theo como o verdadeiro pai da moça. Com isso, o malvado vai começar a levantar suspeitas sobre Ben.

Desconfiado da diferença nos resultados, o vilão chegará a comentar com Lumiar (Carolina Dieckmann) que desconfia que Ben pode ter agido para fraudar o primeiro exame. Mas a professora de Direito não vai acreditar na possibilidade, pois crê na idoneidade de seu ex-marido.

Questões de caráter

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Trata-se de uma subversão interessante que Rosane Svartman vem construindo em Vai na Fé. Ben, que sempre foi um homem reto e honesto, foi colocado numa situação-limite e acabou cometendo um crime. Porém, isso não passa pela cabeça de ninguém, já que a reputação do advogado depõe a seu favor.

Enquanto isso, Theo, o vilão, é o único a desconfiar do mocinho, o que o coloca do lado da verdade. Mesmo sendo um tremendo mau-caráter, ele estará correto ao questionar a honestidade do agora inimigo.

Heróis e vilões imperfeitos, aliás, são uma constante na trama das sete. A própria Lumiar, por exemplo, tem cores de vilã, pois já mentiu para Ben e, agora, se sujeita a ser amante de Theo. Porém, a maioria de suas atitudes são “explicáveis” dentro da lógica da personagem, que demonstra arrependimento real sobre suas atitudes.

São tipos ambíguos que funcionam bem na proposta de Vai na Fé.

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