Divulgação da carta de despedida de Leila Lopes deu o que falar

O Rei do Gado - Leila Lopes e Oscar Magrini

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A divulgação da carta de despedida de Leila Lopes, a Suzane de O Rei do Gado (1996), causou polêmica.

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Leila se suicidou em dezembro de 2009; ela deixou uma declaração, que, quando exposta na imprensa, incomodou vários psicólogos e psicanalistas.

Biografia

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Leila Lopes ficou nacionalmente conhecida graças ao seu trabalho em novelas da Globo, na década de 1990. Ela brilhou em Despedida de Solteiro (1992), Renascer (1993, foto acima) e Tropicaliente (1994, imagem abaixo), entre outras.

Na década seguinte, os convites diminuíram. A atriz manteve-se na mídia através dos programas de fofoca, que começavam a ganhar espaço na televisão. Em 2008, ela assinou contrato com uma produtora de filmes adultos.

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Eis que, em 3 de dezembro de 2009, Leila foi encontrada em seu apartamento, já sem vida. A investigação concluiu que ela havia cometido suicídio com a ingestão de veneno para rato.

“Eu não quero envelhecer e sofrer”

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A artista deixou uma carta de despedida, amplamente divulgada em jornais, revistas e atrações de TV.

“Não chorem, não sofram, eu estou absolutamente feliz! Era tudo o que eu queria: ter paz eterna com meu Deus e, se possível, com minha mãe. Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes de que não bebo e não uso drogas, decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida”, afirmou ela.

“Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, casada de cabeça! Não aguento mais pensar, pagar contas, resolver problemas… Vocês dirão: todos vivem! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui”, completou.

Reações

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Psicanalistas e psicólogos reagiram mal à divulgação do documento. Segundo eles, a leitura da carta poderia estimular pessoas em sofrimento psíquico a repetir o ato de Leila Lopes.

“Não tem de publicar isso. Não é esclarecedor e não traz vantagem para ninguém. A pessoa deprimida que lê a carta pode se sentir traduzida e motivada por ela. Quem está namorando a ideia da morte e vê esse exemplo, pode reunir coragem”, alertou o psicanalista Mário Corso em entrevista ao jornal Zero Hora, em 9 de dezembro de 2009.

A opinião de Mário foi endossada por Bianca Susana Guevara Werlang, doutora em psicologia, então à frente do Grupo de Prevenção e Intervenção em Comportamento Violento da PUC – RS.

“Pode ser um disparador para quem está em situação de vulnerabilidade. Até se pode publicar que a pessoa deixou uma carta, mas não o teor dela. É preciso ter muito cuidado com isso”, avaliou.

Jair Segal, então chefe do setor de saúde mental de um hospital, afirmou entender, porém, que a divulgação da carta fosse de encontro ao desejo de conforto da família de Leila após a trágica perda.

“Eles podem estar se sentindo culpados por não ter conseguido impedir. É claro que não têm culpa, mas serve de purgatório”, analisou.

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