Diretor da Turner confirma X Factor 2 e elogia evolução da dramaturgia na TV paga

13/03/2017 às 12h30

Por: Gabriel Vaquer
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Vice-presidente de programação da Turner desde 2013, Rogério Gallo é o responsável por tudo que vai ao ar em canais de entretenimento da Turner – dentre eles Cartoon Network, TNT, Space, Warner Channel, dentre outros.

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Na última quinta-feira (9), durante o lançamento da primeira série nacional produzida pela Warner Channel, Manual Para Se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbi, o TV História conversou, com exclusividade, com Gallo sobre os mais diversos temas envolvendo a TV por assinatura.

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Nas principais falas, Gallo acabou com as especulações e confirmou a produção da segunda temporada de X Factor Brasil, em conjunto com a Band, mas disse que mudanças deverão ser feitas. “É primeira temporada, né? Foi um aprendizado”, diz.

Além disso, Gallo elogiou a evolução da produção de dramaturgia da TV paga desde a criação da Lei que obriga os canais a terem programação nacional, em 2012, mas afirma que o País ainda precisa evoluir bastante: “Para a demanda que temos, ainda precisamos caminhar muito”.

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O executivo também faz um grande balanço de seu trabalho na Turner e também dá detalhes do planejamento para os próximos anos em termos de produção local da programadora.

Leia a entrevista na íntegra:

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TV História – Gostaria que você falasse do planejamento da Turner para este ano de 2017, falando de entretenimento. O que virá de novidade para este ano?

Rogério Gallo – Teremos muita coisa vindo. São vários canais e cada um tem uma característica muito própria de cada um. Em termos de produção nacional, a primeira estreia do ano é o Manual. Logo em seguida, em maio, temos a estreia de Pacto de Sangue, que é uma nova série que estamos preparando para o Space. Uma série de ação, super violenta, bem público do Space, bem cara de Space, mas com um elenco nacional. É uma série de 10 capítulos de uma hora, muito boa. E temos várias produções em andamento, que devem estrear na TNT, além de outras coisas que estão na fila de produção para o ano que vem. O nosso projeto de produção local apenas começou. Estamos entrando agora em uma sequência consistente e contínua de produções.

Sobre o X Factor Brasil, Gallo. Vocês coproduziram com a Band. Sempre pipocam notícias de que não vai ter, depois dizem que terá a segunda temporada. De fato vai ter a segunda temporada?

Sim, vai ter! Estamos nos preparando para isso. O X Factor foi muito importante para a TNT, porque ele trouxe um público jovem enorme. Ficamos várias vezes em primeiro lugar geral na TV paga, além de ficar em primeiro dentro desse público. Para um canal como a TNT, que quer atingir esse público jovem, rejuvenescer mesmo, o X Factor foi um fator muito importante… Esse trocadilho foi legal, né? (risos).

Bom trocadilho infame… (risos)

Mas realmente foi um diferencial para nós. Claro, sentimos que algumas melhoras precisam ser feitas, tivemos vários aprendizados que vamos colocar em prática depois dessa primeira temporada.

Então certamente teremos mudanças em elenco e produção para a segunda temporada?

Vamos, vamos… São aprendizados. Foi a primeira, né? Nossa intenção é ter uma segunda temporada sim, no segundo semestre deste ano.

A relação com a Band é boa nesse sentido?

A relação com a Band é excelente. Temos uma proximidade muito grande. Pessoalmente falando, tenho bastante porque trabalhei por muito tempo no Grupo. Temos até outras parcerias em andamento que estamos conversando, mas a relação é excelente.

Como você tem visto a produção de TV paga atualmente? Pergunto isso porque quando surgiu a Lei da TV paga, em 2012, as programadoras torceram o nariz um pouco, mas agora parece que as mesmas entenderam o objetivo da Lei e as produções estão virando uma coisa bem profissional… Como você vê hoje?

Concordo com a sua percepção. No primeiro momento, os canais se adaptaram e fizeram isso por obrigação, porque tinha que ser feito, porque tinha que cumprir cota, tinha uma lei. E lei não se discute, se cumpre. Mas isso foi uma reação de primeiro momento. Hoje, o que sinto é que se acabasse a obrigação da Lei, as produções continuariam. Os canais passaram a ver isso como um componente muito importante para criar uma conexão muito importante com o público local. Hoje deixou ser ‘vamos cumprir cota, vamos cumprir a lei’. Quando você não produz ou cria algum tipo de conexão com o público local, talvez você não seja tão relevante assim. Claro, que as produções internacionais são importantes. Claro que o público brasileiro adora. Ninguém está falando ‘ah não vamos mais ter a DC Comics’. Lógico que não. O público brasileiro ama esses personagens e não vai deixar de amar. E é nossa obrigação trazer esses novos conteúdos de forma exclusiva, com desdobramentos digitais. Não quer dizer que estamos tirando o pé desses personagens icônicos. Isso sempre vai ser importante. Mas se você quer ter uma relevância a mais, ter uma conexão a mais com o seu público, você precisa fazer produção local.

Ainda é muito difícil fazer programação local?

Extremamente difícil.

Quais as maiores dificuldades que você encontra?

A lei gerou uma demanda súbita. E o mercado brasileiro não estava preparado para absorver essa demanda. Num determinado dia D, todos os canais precisavam de produção para cumprir cota e você não tem um mercado de produtores, diretores, roteiristas, elenco… O mercado brasileiro ainda é muito insipiente. A gente teve, por muito tempo, um mercado que se desenvolveu no modelo da TV Globo, que sempre teve sob contrato os maiores talentos do Brasil. Digo em termos de produção, elenco, roteiristas. Sempre foi muito difícil produzir, por exemplo, dramaturgia fora da Globo. Ainda é muito difícil fazer dramaturgia fora da Globo, por falta de mão de obra. Estamos em um momento de desenvolvimento de mercado. Observo que, se a gente for comparar há dois ou três anos, cresceu muito. Você tem muito mais gente, mais produções, mas sinto que, pela demanda que temos hoje, precisamos crescer muito ainda.

Você sente orgulho de seu trabalho na Turner?

Sinto bastante, muito mesmo. Claro que, como vice-presidente de programação, quando vejo o crescimento de audiência, isso me deixa muito feliz. Hoje nós temos quatro canais no top 10 de mais vistos.

O líder da TV paga é de vocês (Cartoon Network).

Exato. A gente é líder. E todos os nossos canais estão muito bem posicionados. Mas o que me dá mais orgulho é ver essas produções de dramaturgia. Claro que tenho um carinho pelo X Factor, adoro música, tenho uma conexão muito grande com o formato, me esforcei bastante para trazê-lo, mas as produções de dramaturgia são um grande diferencial. Não sei se você já viu o trailer de Pacto de Sangue…

Sim, já vi. É forte, bem contundente…

É bem forte. Acho que a gente tem conseguido uma qualidade de elenco, de visual, de edição, trilhas… Esse é o meu maior orgulho.


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