Vanessa Giácomo, que voltou ao vídeo como a Leonor em Travessia, atual novela das nove da Globo, revelou em entrevista que um trabalho recente a levou a reviver um momento doloroso.

Durante sua atuação na série Filhas de Eva, série do Globoplay que foi exibida na TV Globo recentemente, a atriz relembrou a dor da perda da mãe, que faleceu da mesma forma que sua mãe da ficção.

Perda da mãe

Em As Filhas de Eva (foto acima), Vanessa Giácomo interpretou a sonhadora Cleópatra, mas que prefere ser chamada de Cléo. Uma jovem que vive sempre no perrengue e que deseja arranjar um emprego, se casar e ser feliz na vida.

No entanto a carioca, que se autointitulava “guia do fundo do poço”, passou novamente por um conflito ao se tornar, sem querer, amante do marido da melhor amiga.

No decorrer da série, a mãe de sua personagem, Dona Zezé (Analu Prestes), começa a desenvolver o mal de Alzheimer. Isso fez com que a atriz revivesse a dor da perda da sua mãe, Dona Ivonete, que faleceu vítima de um câncer de rim em 2013, após dois anos de tratamento.

“Nas gravações, eu lembrei muito… Quando ela descobre a doença, por exemplo. Foi exatamente o que aconteceu comigo: eu ouvi do médico que minha mãe só tinha dois meses de vida. Foi um baque muito grande. Fui atrás de todos os tratamentos possíveis, e ela foi sobrevivendo… Tinha oscilações de humor, caiu em depressão, e eu estive com ela em cada momento, até o fim. Só quem vive sabe como é essa dor e como ela nos fortalece. Eu fiquei muito mais forte depois da partida dela”, relembrou a atriz, em entrevista ao jornal Extra de 11 de abril de 2021.

A artista aproveitou para exaltar as principais qualidades sua mãe, a quem considera o seu maior exemplo de ética, correção e solidariedade. Ela revelou que herdou de dona Ivonete o seu altruísmo.

“Minha mãe sempre fez tudo para ajudar quem estava em volta, mesmo os desconhecidos. Se a pessoa contasse uma história triste, ela logo dizia: ‘Ah, eu vou dar um jeito’. Eu também sou um pouco assim”, afirmou Vanessa, que revelou que chega a atender pedidos de socorro de alguns dos seus mais de 3 milhões de seguidores no Instagram.

“Eu avalio o que a pessoa está pedindo, tento entender se é verdade ou golpe. E, quando decido ajudar, não divulgo, é claro.”

Apoio da mãe no início da carreira

Vanessa Giácomo, que nasceu em 29 de março de 1983, é natural de Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro.

Começou a fazer teatro aos 13 anos e, quando completou a maioridade, resolveu ir para capital fluminense em busca de oportunidades. No Rio de Janeiro, se inscreveu na Oficina de atores da Globo, onde chegou a fazer pequenas participações em vários programas de dramaturgia da emissora como Malhação, Linha Direta e Presença de Anita.

Foi num desses trabalhos que Vanessa foi convidada pelo diretor Ricardo Waddington para fazer um teste para interpretar a Zuca do remake de Cabocla (foto abaixo), em 2004. Ela rememorou na entrevista o apoio de sua mãe nesse momento tão importante para sua carreira.

“Ela era muito otimista, me motivava. Quando eu fiz o teste para Cabocla, voltei para casa meio descrente, e ela afirmou. ‘Eu tenho certeza de que você entrou, eles vão te ligar!’. Isso foi numa sexta-feira, e na segunda a produção me telefonou. ‘Eu não te falei? Essa personagem é pra você!’, minha mãe confirmou. Ela também dizia: ‘Filha, guarda esse vestido lindo para quando você for no Faustão’. Foi uma mulher que sempre alimentou sonhos em mim”, relembrou a artista.

Foi neste folhetim que Vanessa conheceu Daniel de Oliveira, que viveu seu par romântico na novela e logo em seguida iniciaram um romance nos bastidores da novela. Eles viveram juntos por oito anos e são pais de Raul e Moisés.

Desde então, Vanessa emendou vários trabalhos na emissora, entre eles a Juliana de Sinhá Moça (2006), Rosinha de Paraíso (2009), Celeste de Morde e Assopra (2011), Malvina de Gabriela (2012), a vilã Aline de Amor à Vida (2013), Tóia de A Regra do Jogo (2015) e a Antônia de Pega Pega (2017).

A atriz, que possui vários créditos em produções teatrais e cinematográficas, fez sua estreia como roteirista em 2016, assinando o texto do curta Rodízios, que escreveu ao lado do colega Guilherme Nasraui. Ela disse, durante a apresentação dele no Festival do Rio, que pretende transformá-lo em série e, futuramente, investir na carreira como diretora de cinema.

Vanessa está casada com o empresário Giuseppe Dioguardi desde 2014 e, em janeiro de 2015, nasceu Maria Lima Dioguardi, a filha do casal

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor