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Ao escolher uma trama estrangeira para a sua programação, o SBT faz uso de alguns critérios para se certificar de que será uma boa aposta no quesito números de audiência.
Um deles é analisar o desempenho da trama no exterior, principalmente no México, seu país de origem, e nos Estados Unidos. Outro fator observado é a passagem por toda América Latina… Quase toda história escolhida obteve êxito nesses lugares.
Outra forma de avaliar uma obra é pelo elenco. Se ela possui artistas famosos, principalmente entre os protagonistas, o canal não pensa duas vezes em trazê-la para o Brasil.
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E foi exatamente por esse último motivo que a direção do SBT optou por trazer Três Vezes Ana, de 2016, e exibi-la em suas tardes.
Ignorou indícios
Foi para nadar no hit da atriz Angelique Boyer, que sempre emplacou qualquer trama em que aparecia como principal, que os diretores de programação deram uma chance ao folhetim.
Assim, a estação ignorou completamente o fracasso que a obra colheu por todos os lugares por onde passou, e até mesmo as críticas quanto ao desenvolvimento de seu enredo.
Acontece que a obra resolveu romper com o estilo de novelas tradicionais da Televisa, apostando em uma fotografia menos colorida e em uma história mais pesada com cenas violentas e eróticas.
Reprovada
Entre os mexicanos tais rupturas foram reprovadas. Nem mesmo os americanos, acostumados a uma estética mais realista, aprovaram a novela.
A vilã Ana Letícia (Angelique Boyer) foi altamente criticada por sua sensualidade que beirava o vulgar. Também haviam bastantes homens descamisados e desfilando de cuecas na telenovela.
E a tentativa de instaurar um novo modelo de narrativa sem se prender a um tempo linear, indo e voltando com frequência do passado ao presente, também se mostrou malsucedida.
Tanto que a estratégia que ocorria diversas vezes em um mesmo capítulo foi sendo abandonada do meio para o final.
Mil vezes fracasso
E não deu outra. Três Vezes Ana se confirmou como um grande fracasso também no Brasil, derrubando os índices do bloco Novelas da Tarde.
E a queda se deu justamente no maior período de crise de audiência da televisão de Silvio Santos, que geralmente contava com as tramas mexicanas para subir os números e entregar melhor para a sua faixa nobre, que hoje não passa dos três pontos – mesmo índice do folhetim.
Curiosamente, nem a versão original da mesma história foi bem por aqui, em sua exibição em 2005.
Laços de Amor, protagonizada por Lucero, foi a responsável naquela época pela forte queda nos índices da faixa das 14h15, que nadava de braçadas com as tramas anteriores.
Era mais um indício que o SBT não quis ver, apostando unicamente na fama de Angelique em terras brasileiras e dando ouvidos a milhares de pedidos que o melodrama recebia pelos fãs da atriz nas redes sociais.
O refúgio de um drama clássico
Para reverter a queda, a rede resolveu apostar as fichas em Um Refúgio Para o Amor, que vai totalmente contra a atual. A novela que chegou para ocupar a vaga de Três Vezes Ana mostra ser uma produção simples, de narrativa romântica e dramática.
Todos os elementos de sucesso estão ali: mocinha forte, pobre e batalhadora com o típico clichê da espera por um príncipe encantado, receita de sucesso em uma trama mexicana.