Com quase 60 anos, destaque de Pantanal abre o jogo sobre sua libido

Marcos Palmeira

Marcos Palmeira foi a estrela da segunda versão de Pantanal, exibida recentemente pela Globo. Ele também brilhou no original, produzido pela Manchete em 1990. Nos 32 anos que separam as duas novelas, o mundo mudou e o ator também.

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Em entrevista recente ao jornal O Globo, Marquinhos contou que deixou de se ver como galã e encarou a passagem de tempo para poder interpretar José Leôncio no remake; na primeira versão, ele respondeu por Tadeu.

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Dias após completar 59 anos, Palmeira também deu importantes declarações sobre maturidade e libido, traçando um paralelo entre o homem de ontem e o de hoje.

Amadurecer é necessário

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Marcos Palmeira admitiu que teve dificuldades em perceber o próprio envelhecimento. Somente quando ele entendeu que o tempo havia passado, pôde acertar o tom que Zé Leôncio pedia.

“Às vezes, estou com questões que não sei como resolver e o personagem aparece com a solução. Zé Leôncio fez eu me ver como um homem maduro”, exemplificou.

“Eu me toquei que estava lendo o texto da novela como se ainda fosse o Tadeu e tivesse 27 anos. Daqui a pouco, vou fazer 60 anos! Nem parei para pensar nisso ainda. A gente não se sente assim, né? Se não olha no espelho, ninguém se sente velho”, assumiu.

Quanto mais experiente, melhor!

O ator contou também que se sente mais focado em determinados assuntos. Caso da atuação… Marquinhos acredita estar mais preparado e focado em seu ofício. Além de ler muito, ele observou o fim da dispersão quase natural de quando se é jovem.

Os cuidados com a mente e com o corpo incluem a prática do pilates. Outra consideração do artista diz respeito à libido. Palmeira acredita que, como em tudo na vida, também está mais tranquilo neste quesito.

“Vai super bem, mas também está mais focada. Durante muito tempo, dispersei muito na conquista. Sempre em busca da parceria ideal, dessa figura que a gente vai idolatrando. Agora, dei uma simplificada”, revelou.

De bem com a vida em outras áreas

O casamento com a diretora Gabriela Gastal, de acordo com Marcos Palmeira, entrou numa espécie de “balanceamento”. Os dois, juntos desde 2016, buscam por espaços próprios e entendem que as dificuldades fazem parte da relação.

O bom momento do casal desencadeou o desejo de trabalhar juntos pela primeira vez. Eles estão envolvidos com a série Dezamores, uma adaptação da obra homônima de Pedro Ayres sobre relações. Ele topou o desafio, mesmo julgando não ser o profissional ideal para a direção da obra – para qual ele sempre cogitou um profissional “muito culto”.

A relação com a filha Júlia, de 14 anos, fruto do relacionamento com a diretora Amora Mautner, também mudou:

“Como pai, a gente sempre fica querendo moldar, somos muito críticos com as coisas que incomodam. Mas estou atento a ela, vou só podando os exageros, porque tem coisas que uma criança de 14 anos não sabe”.

“A paternidade mudou minha vida, me fez ter essa conexão mais para dentro, fiquei muito mais sensível. Como me disse a Marina (Silva) uma vez: ‘Criança a gente cuida de perto, adolescente, de longe’. Estou respeitando essa distância, deixando ela ir, mas sempre de olho”, complementou.

Mudança dos ventos

Palmeira celebrou alterações que o remake de Pantanal promoveu, com a discussão de questões pertinentes como racismo, homofobia e preservação ambiental. Contudo, o ator lamenta que, de certa forma, a história tenha ficado mais “careta”, especialmente quanto à nudez.

“A gente deu uma encaretada nesse sentido [da exposição dos corpos]. Quando fizemos a novela há 30 anos, ficávamos realmente nus, homens e mulheres. Tínhamos uma relação mais livre com o corpo”, relembrou.

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