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Não demorou para Família é Tudo recuperar os índices de audiência da faixa das 19h perdidos pelo desastre de Fuzuê. A trama de Daniel Ortiz elevou os números em pouco tempo e se mostrou um provável acerto da Globo.
Nathalia Dill em Família é TudoPorém, capítulos depois, a novela estacionou. O crescimento não se manteve e, atualmente, o folhetim costuma derrubar os bons números herdados do SP2 em São Paulo, principal mercado publicitário do país.
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Ao que tudo indica, a falta de fôlego da novela tem a ver com as constantes repetições de situações. Daniel Ortiz tem um fio condutor forte e boa pegada de humor, mas derrapa ao fazer todas as histórias andarem em círculos.
Não sai do lugar
Um exemplo claro de que Família é Tudo não sai do lugar é a história de amor entre Vênus (Nathalia Dill) e Tom (Renato Góes). Os pombinhos foram separados anos atrás por conta de uma armação muito da fuleira orquestrada por Brenda (Alexandra Richter), a mãe do mocinho.
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Anos depois, Brenda e Paulina (Lucy Ramos) repetiram o mesmíssimo plano manjado para separá-los novamente. A dupla de megeras armou um falso flagra de traição que manteve os heróis separados por vários capítulos.
Agora, a repetição de situações acontece com Electra (Juliana Paiva). Mais uma vez, Jéssica (Rafa Kalimann) criou uma situação para levar sua rival para o xilindró. Com isso, Família é Tudo vive um eterno recomeço e as histórias não avançam.
Tramas esquecidas
Enquanto Vênus e Tom se separam, voltam e se separam novamente, Electra é constantemente alvo das maluquices de Jéssica. Enquanto isso, outras histórias de Família é Tudo são esquecidas sem motivo aparente.
A investigação em torno do assassinato de Pedro (Paulo Tienfenhaler), por exemplo, estaciionou sem um motivo convincente. A missão em torno do testamento de Frida (Arlete Salles) também fica sempre em segundo plano.
A história de Andrômeda (Ramille), embora tenha caído no gosto do público, também é bastante repetitiva. Já o plot envolvendo Plutão (Isacque Lopes) é chato toda vida. Dentre os irmãos protagonistas, só se salva mesmo Júpiter (Thiago Martins), que, ao lado de Lupita (Daphne Bozaski) e Guto (Daniel Rangel), vive um triângulo amoroso que “pegou”.
História desperdiçada
Família é Tudo tem vários acertos. O fio condutor, que é a disputa pela herança de Frida, é poderoso. Além disso, a novela conta com vários personagens bem distribuídos e núcleos bem amarrados à trama central.
Daniel Ortiz é um bom autor de comédia. O novelista sabe tirar graça de situações aparentemente banais e consegue imprimir um humor popular sem descambar para o popularesco.
Por essas e outras, Família é Tudo tinha tudo para funcionar. Mas, estranhamente, a novela patina sempre no mesmo lugar e não se permite avançar, o que a torna cansativa. A trama já passou da metade e a história principal está praticamente no mesmo lugar.
Está claro que Ortiz está guardando seus principais trunfos para a reta final. No entanto, enquanto economiza história, o público se cansa de tanta enrolação. Isso explica a audiência estacionada. Muitos espectadores desistiram de acompanhar a história.