Vindo de uma família de artistas, ator que estreou na televisão ainda jovem abandonou o veículo há alguns anos e não quer mais saber de atuar. Estamos falando de Paulo Guarnieri, que foi visto recentemente na reprise de Pão Pão, Beijo Beijo no canal Viva.

Ele nasceu em São Paulo, em 4 de março de 1961, sendo filho do ator Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) e irmão de Flávio Guarnieri (1959-2016). Assim como o pai e o irmão, Paulo também seguiu a carreira artística, atuando na televisão, teatro e cinema.

Estreou na telinha aos 12 anos, na primeira versão da novela Mulheres de Areia, na Rede Tupi, em 1973, vivendo Tonho da Lua quando criança (na foto abaixo, seu pai vivendo o personagem já adulto). O papel do personagem adulto foi posteriormente interpretado por seu pai. Em seguida, esteve em Como Salvar Meu Casamento (1979).

Mulheres de Areia

Transferiu-se para a Globo na década de 1980, atuando em diversas novelas da casa. Em Plumas e Paetês, viveu o playboy Jorge Luís, e logo despontou como um dos novos galãs da década.

Em seguida, deu vida a outro playboy, Tony Rivoredo, de Sétimo Sentido (1982), e também a Daniel, de Pão Pão, Beijo Beijo (1983).

Nos anos seguintes, atuou em Vereda Tropical (1984), Bebê a Bordo (1988), Rainha da Sucata (1990), Quatro por Quatro (1994) e Perdidos de Amor (1996), na Bandeirantes, além de participações nas minisséries O Primo Basílio (1988) e em alguns episódios do Tele Tema (1986) e Você Decide.

Tristeza e desânimo para atuar

Paulo Guarnieri

Aos poucos, Paulo Guarnieri foi desanimando da vida de ator. Começou a se sentir triste por ter que sair de casa para gravar um capítulo de novela e foi aí que ele começou a cogitar largar a profissão. Conversando com sua esposa, decidiu que mudaria de vida.

“Minha mulher dizia: ‘Você está meio triste’. E eu respondia: ‘Ah, meu Deus, amanhã tem gravação’. Ela mesma começou a falar: ‘Paulo, se você não está feliz, saia, não faça’. Ela tinha razão”, disse o ator numa entrevista, em 2018.

Paulo não pensa mais em trabalhar na televisão, apesar de ter recebido convites de emissoras como SBT e Record.

Ele abriu apenas uma pequena exceção: em 2015, fez uma rápida aparição na série Quero Ter Um Milhão de Amigos, ao lado do filho, Francisco Guarnieri, para o canal por assinatura Warner.

Por onde anda Paulo Guarnieri, o Daniel de Pão-Pão, Beijo Beijo?

Paulo Guarnieri

Desde que abandonou a atuação, Paulo resolveu investir na construção de uma pousada em Paraty, onde vive a família de sua esposa, a artista plástica Hérica Assis Ribeiro.

Segundo ele, foi sua sogra quem sugeriu que ele abrisse um negócio, o chalé Recanto da Praia.

“Compramos terrenos para fazer uma casa, mas minha sogra sugeriu que eu fizesse uma pousada para ganhar dinheiro com isso. Nós adoramos a ideia e começamos devagarinho. Quando inauguramos, em novembro de 2001, tomei um susto ao ver tudo aquilo lotado. E até hoje só cresceu”, explicou.

Antes disso, Paulo foi casado com a psicóloga Ana Cristina Costa Lima entre 1980 e 1986, com quem teve Francisco Guarnieri, que é ator e diretor.

Paulo Guarnieri e filha

Depois, relacionou-se com Carmen Lúcia Ramos Guimarães (1987-1991), com quem teve uma filha, Carolina Guarnieri (foto acima), que integrou o programa Sem Destino, do Multishow. Casado com Hérika Assis desde 1992, teve mais dois filhos: Lucas e Camila.

Desde 2021, eles residem em Portugal. O motivo principal para esta mudança foi a situação política vivida em nosso país.

“Quando eu chego aqui (Portugal) e não tenho que conviver com essa miséria de como vive no Brasil, porque a diferença social lá é muito grande, a gente tem que conviver e achar normal, senão você pira. Então você vê alguém deitado no meio da rua em petição de miséria e acha normal. Aquilo estava me machucando muito, essas diferenças todas. E entramos num segmento de governo que de uns dois anos pra cá acabou comigo de vez. Vamos ver se agora a gente conserta isso né?”, concluiu.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor