Didi, Dedé (ambos na foto abaixo), Mussum e Zacarias eram os principais astros do programa Os Trapalhões, de enorme sucesso entre as décadas de 1970 e 1990. Eles, contudo, precisavam de um bom elenco de apoio. Um dos grandes talentos que trabalharam com o quarteto foi Felipe Levy.

Philippe Charles Achille Levy – nome real do ator – nasceu em São Paulo e começou a sua carreira de ator na década de 1960. O primeiro trabalho de Levy foi na novela Os Rebeldes, exibida pela Tupi em 1967.

Contratado pela emissora, ele continuou participando de outras produções, como as clássicas Nino, o Italianinho (1969), A Fábrica (1971), Vitória Bonelli (1972), O Machão (1974) e Cinderela 77 (1977).

Sucesso nos programas de humor

Os Trapalhões - Felipe Levy e Renato Aragão

Foi em humorísticos que Felipe Levy fez fama. O sotaque e o jeito estrangeiro marcaram personagens como o de Balança, Mas Não Cai, na versão exibida pela Tupi em 1972. Na mesma emissora, ele atuava em Os Trapalhões. Levy seguiu com seus colegas para a Globo em 1977.

Nos anos 1980, ele saiu das atrações de humor, voltando a atuar em novelas, então na Bandeirantes. Felipe esteve presente em Pé de Vento (1980) e A Deusa Vencida (1980). Após essas produções, ele focou no cinema, trabalhando em filmes de pornochanchadas – as famosas comédias eróticas.

A volta para a televisão se deu em 1987, quando trabalhou com Ronald Golias em Bronco, também exibido pela Band. Seu personagem, Salomão, era um dos destaques do humorístico. Além disso, ele esteve na Praça Brasil.

Fim melancólico…

A Praça é Nossa - Felipe Levy

Na década de 1990, Felipe Levy voltou a atuar em novelas – Éramos Seis (1994), As Pupilas do Senhor Reitor (1994), Os Ossos do Barão (1997) e Vidas Cruzadas (2000), sendo esse o seu último trabalho no gênero. A última aparição na TV foi no sitcom Meu Cunhado (2004), exibido pelo SBT.

Levy passou por um processo de depressão; por conta de sua idade e da falta de trabalho, ele viveu na melancolia. O ator morreu no dia 9 de julho de 2008, aos 69 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Filho detido

Patrick Santos Levy

O ator, que nunca foi casado, teve apenas um filho, o também ator Patrick Santos Levy, que fez uma participação em Éramos Seis, exibida pelo SBT em 1994. Além disso, também esteve presente em As Pupilas do Senhor Reitor (1994) e Sangue do Meu Sangue (1995).

Em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de setembro de 2019, Patrick disse que se envolveu com as drogas quando era jovem.

“Comecei com a maconha e fui para a cocaína. Acabava tendo que traficar para conseguir dinheiro para comprar, porque não tinha coragem de pedir para o meu pai”, contou.

Patrick Levy foi preso e condenado por tráfico de drogas, cumprindo pena na Penitenciária Adriano Marrey, que fica em Guarulhos (SP). Segundo ele, a prisão o fez reencontrar com a dramaturgia, fazendo parte do projeto Arte, Transformando Vidas, em que os detidos atuam, criam os cenários e fazem adaptações de textos para o palco.

“Quando eu venho para cá (o teatro), eu esqueço que estou preso e viajo no personagem. Me desligo totalmente do lugar que estou”, afirmou o ator na entrevista.

Compartilhar.
Avatar photo

Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor