André Santana

No troca-troca de apresentadores desencadeado pela saída de Fátima Bernardes do Encontro, a surpresa foi a aparição de Maria Beltrão. Consolidada no Estúdio I, da GloboNews, a jornalista deixou o canal de notícias para se aventurar no entretenimento da TV aberta. Ao lado de Thiago Oliveira, Rita Batista e Talitha Morete, Maria assume o É de Casa em julho.

É de Casa

À primeira vista, uma escalação estranha, talvez até um desperdício. Afinal, Maria Beltrão é um nome forte do jornalismo e uma das principais “caras” da GloboNews. Enquanto isso, o É de Casa é o “patinho feio” da programação matinal da Globo. A atração nunca foi uma unanimidade e não teve o nome fortalecido, ao contrário de Mais Você e do próprio Encontro.

Mas, neste contexto, a chegada de Maria Beltrão pode não representar um rebaixamento, e sim uma mudança de status no É de Casa. Com uma apresentadora de nome, o matinal deixa o ar de “patinho feio” para trás. A emissora, com a renovação, deixa um claro sinal de que o programa é, sim, parte importante de seu entretenimento.

Novo time x “velho” time

Maria Beltrão

Ressalta-se a presença de Maria Beltrão porque, do novo quarteto do É de Casa, a jornalista é a que tem mais tempo de estrada e nome mais forte dentro da própria Globo. Mas Rita Batista, Talitha Morete e Thiago Oliveira também representam esta mudança de status.

Isso porque, ao contrário do time anterior, o novo time parece realmente montado para esta ocasião, o que representa uma mudança de paradigma. Afinal, quando o É de Casa foi lançado, trouxe à frente nomes que tinham história na Globo, mas estavam sem função. Ou seja, o matinal foi lançado com este rótulo de “prêmio de consolação”, ou de “depósito de apresentadores”.

Não é o caso agora. Os quatro novos nomes estão muito bem no espaço que já ocupam. Ao apostar neles, a Globo sinaliza que, desta vez, o É de Casa será, de fato, um programa que existe por si só, e não uma colcha de retalhos improvisada.

O que muda

É de Casa

Os quatro novos apresentadores do É de Casa têm em comum, entre outras coisas, o fato de terem história no jornalismo. Assim, a presença do novo time no programa matinal indica que, cada vez mais, o É de Casa deixa de ser um “programa sobre a casa”, e se torna uma revista eletrônica de variedades, na qual a informação dá a tônica.

Na prática, já é assim. Faz tempo que o É de Casa perdeu os quadros “faça você mesmo” para apostar em informação, entrevistas, entradas ao vivo e prestação de serviço. Porém, como o ranço da estreia nunca baixou de fato, pouca gente percebeu esta mudança.

Assim, o novo time tem esta função de dar uma cara nova ao É de Casa e consolidar de vez tais mudanças. Sete anos depois de sua estreia, o matinal, finalmente, terá a chance de dizer a que veio.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor