Demorou: Globo corrige injustiça contra protagonista de Vai na Fé

Sheron Menezzes em Vai na Fé

Sheron Menezzes em Vai na Fé - Reprodução / Globo

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O capítulo de Vai na Fé exibido no dia 18 de maio foi um dos melhores da novela das sete de sucesso de Rosane Svartman. E só não pode ser classificado como o melhor porque a história fica no ar até agosto, então muitos outros tão bons quanto ainda certamente virão.

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Mas o capítulo marcou uma das revelações mais esperadas do enredo: a identidade do pai biológico de Jenifer (Bella Campos). O impacto dramático da notícia colocou Sheron Menezzes (foto acima) diante de uma sucessão de cenas difíceis, todas defendidas com uma entrega visceral.

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Paternidade revelada

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A sequência em que a protagonista descobriu através de Ben (Samuel de Assis) que tinha sido abusada no passado por Theo (Emílio Dantas, foto acima) foi a mais impactante e emocionante da produção até agora.

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Começou com a incredulidade da personagem, depois passou pelo horror do choque e finalizou com um choro dilacerante de desespero. Quase cinco minutos de intensa carga dramática.

Todos os momentos interpretados brilhantemente por Sheron Menezzes. Deu para sentir a dor daquela mulher e foi impossível não ter se emocionado junto com ela. Vale também elogiar Samuel de Assis, um ótimo ator que tem honrado o protagonismo ao lado de sua parceira.

Trauma

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Sol é uma mocinha que nunca teve medo dos obstáculos da vida e, mesmo diante de vários dramas que a assolam, procura manter a fé em sua religião e no amor pela família. No entanto, um trauma no passado se manteve presente em lembranças dolorosas: o término com o seu grande amor e uma relação sexual que virou a sombra de uma culpa devastadora.

Solange e Benjamin eram perdidamente apaixonados, mas uma armação provocou o rompimento e a mocinha ainda acabou embebedada por Theo, o melhor amigo de seu então namorado, o que resultou em um momento de vulnerabilidade. O resultado do exame de DNA expôs que aquele abuso originou Jenifer.

Nunca uma novela retratou de forma tão corajosa um tema tão importante e que segue presente na vida de milhares de mulheres. Ainda mais em um folhetim das sete. Mas Rosane foi tão habilidosa que conseguiu colocar a história de forma clara, ao mesmo tempo que implícita por boa parte do tempo. Somente quando Ben descobriu o que aconteceu com sua ex-namorada, através de Bruna (Carla Cristina Cardoso), que o crime praticado pelo vilão foi dito com todas as letras: estupro.

E a autora ainda abordou o drama com outro fato ainda inédito na teledramaturgia: a vítima não sabendo que foi vítima. Sol passou a vida se culpando por ter aceitado a bebida de Theo, mesmo nunca tendo gostado de álcool. Nunca cogitou ter sido vítima de um abuso, apesar do incômodo e angústia que sempre sentiu com as horríveis recordações que aquele fatídico dia provocou.

Representatividade

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Ou seja, a protagonista tem um arco dramático dificílimo de ser representado. Uma atriz mediana fracassaria quando mais exigida. E Sheron sempre foi uma profissional de talento, mas nunca teve a oportunidade de ser a mocinha de uma novela.

Primeiro, por conta da falta de chances que atrizes negras têm no audiovisual. E segundo, pelas repetições em torno das escalações em tramas que queriam expor representatividade: Taís Araújo e Camila Pitanga eram as únicas opções. As demais raramente eram lembradas ou sequer cogitadas. Somente nos últimos anos essa questão vem sendo mudada na Globo. Antes tarde do que nunca. Até porque quase todas concorrentes seguem ignorando os novos tempos e parecem presas ao passado.

Rosane fez questão de dizer que Sol foi escrita especialmente para Sheron depois da ótima parceria que tiveram em Bom Sucesso, novela de grande sucesso escrita com Paulo Halm, onde a atriz viveu a vilã Gisele e formou uma ótima dupla com Armando Babaioff, intérprete do canalha Diogo. A personagem caiu tanto nas graças do público que teve um final feliz. O papel, aliás, detinha o título de melhor da carreira de Sheron na televisão.

Carreira

Raquel Cunha

Não detém mais por razões óbvias. Veio a mocinha de Vai na Fé. Mas é preciso citar também vários outros bons trabalhos da atriz desde que estreou na Globo, em Esperança, exibida em 2002. Celebridade, Como uma Onda, Belíssima, Caras & Bocas e Aquele Beijo foram algumas novelas que contaram com seu talento, ainda que em personagens pequenos.

Já Lado a Lado, de 2012, e Novo Mundo, de 2017 (foto acima), merecem uma menção especial porque foram tramas onde a atriz conseguiu um bom destaque na pele da interesseira Berenice e da doce Diara, respectivamente.

Vai na Fé é uma novela de inúmeras qualidades e uma delas é ter Sheron Menezzes como protagonista. Dá gosto de vê-la em cena brilhando e feliz em sua melhor fase da carreira. Merecia há tempos.

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