Fora das principais operadoras de TV por assinatura há 45 dias na Grande São Paulo e Brasília, a demora nas negociações para os canais da Simba Content – formada por RecordTV, SBT e RedeTV! – está frustrando funcionários das três emissoras.

Os funcionários ouvidos pelo TV História disseram que estão chateados e frustrados com a demora das três emissoras em voltar e acertar acordos com Net/Claro, Oi e Sky, as quatro maiores do Brasil.

A frustração veio por conta de apenas um fato: a Simba, inclusive sua assessoria, prometeu e disse que tinha avanços com operadoras, principalmente em relação à volta de sinal, que seria uma prioridade para este momento.

Os executivos argumentam que é preciso paciência. Negociar com operadoras de TVs pagas é “difícil, gradual e complicado”. Mas admitem que eles esperavam resolver a situação de forma mais rápida.

Atualmente, entre Net/Claro existem avanços, mas o negócio está difícil. A operadora diz que quer outros canais certos além da volta do sinal da Simba. Com a Oi, ambas confirmam que estão perto de acharem um denominador comum para a volta do sinal.

Com a Vivo, a única que tem o sinal das três emissoras mantido, o valor que irá ser pago ainda não foi fechado, mas as conversas também avançam e um comunicado para a imprensa deve surgir nos próximos dias.

Quem ainda se nega a receber os emissários da Simba é a Sky, segunda maior operadora do Brasil, com pouco mais de 5 milhões de assinantes. Uma reunião para o próximo dia 17 foi tentada pela Simba, mas novamente a empresa sequer quis ouvir a proposta de RecordTV, SBT e RedeTV!.

A Simba existe desde 2015, mas apenas em maio do ano passado seu funcionamento foi aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O funcionamento pleno começou no início deste ano.

A união já rende frutos impressionantes. Em fevereiro, Ratinho, Rodrigo Faro e Luciana Gimenez, três das maiores estrelas das emissoras da joint-venture, se uniram para anunciar o fim da TV analógica em comerciais.

No fim de março, as emissoras retiraram seus sinais digitais das TVs a cabo por não receber por eles e alegar intransigência ao não conseguir negociar com Net, Sky, Vivo, Oi e Claro.

A Simba surgiu da necessidade dos canais de cobrarem pelo seu sinal na TV por assinatura. Segundo elas, a Globo recebe dinheiro pelo seu sinal e todas as outras não conseguem um centavo das maiores operadoras do Brasil.

A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões, apenas com as assinaturas, cheguem aos cofres dos canais se todo o plano pretendido for seguido à risca – este valor apenas na Grande São Paulo, onde estão 7 milhões de assinantes.

Esse dinheiro deve ser aplicado na produção de conteúdo. Elo mais fraco da corda, a RedeTV! espera que essa joint-venture ajude o canal a diminuir os horários vendidos em sua grade – hoje em mais de 50% no total.


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