Atrizes de reconhecida trajetória em novelas e séries da Globo, Carolina Ferraz e Maitê Proença foram dispensadas pelo canal em 2016. A primeira deixou a emissora logo após concluir sua participação em Haja Coração, enquanto a segunda atuou pela última vez no canal em Liberdade Liberdade.
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Após não terem seus contratos renovados, as duas atrizes entraram na Justiça contra a emissora carioca. Elas, que eram contratadas como pessoas jurídicas, reivindicam o reconhecimento do vínculo empregatício e seus direitos trabalhistas.
As estrelas até se uniram durante o processo. Carolina Ferraz foi testemunha de defesa na ação de Maitê Proença contra a Globo.
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Direitos trabalhistas
Segundo informações do portal Notícias da TV, publicadas em junho de 2022, Carolina testemunhou a favor de Maitê no processo movido pela atriz contra o canal. Em ação protocolada em 2018, Maitê pede uma indenização de R$ 500 mil por reconhecimento de vínculo e direitos trabalhistas.
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Assim como Carolina Ferraz, ela era contratada como pessoa jurídica, e não CLT. Por isso, a apresentadora do Domingo Espetacular, da Record, depôs a favor da colega, afirmando que foi obrigada pela Globo a assinar um contrato como PJ.
“A depoente estima que firmou cerca de oito contratos por meio de sua pessoa jurídica, sendo que acredita que todos foram sucessivos, não se lembrando se pode ter ocorrido um lapso temporal pequeno entre eles; que para a contratação da depoente era exigida a intermediação de pessoa jurídica”, diz o processo ao qual o NTV teve acesso.
Em seu depoimento, Carolina afirma ter tido rotina de empregada dentro da emissora. Ela contou que chegou a abrir mão de outros projetos, como trabalhos no teatro, para atuar em novelas do canal.
Dispensa
Maitê Proença estreou na Globo em 1980, na novela As Três Marias. Na sequência, engatou uma série de trabalhos no canal, como Jogo da Vida (1981), Elas por Elas (1982) e Guerra dos Sexos (1983).
Nos anos 1980, a atriz também passou pela Manchete, em trabalhos como Marquesa de Santos (1984), Dona Beija (1986) e Corpo Santo (1987). No canal, ela chegou a trabalhar como apresentadora no Programa de Domingo, entre 1987 e 1989. Na sequência, voltou à Globo em O Salvador da Pátria (1989, foto acima) e emendou diversas novelas desde então.
Mas, no segundo semestre de 2016, a emissora optou por não renovar o contrato da atriz. Maitê revelou, no programa Roda Viva, que ficou sabendo de sua demissão pela imprensa.
Carolina Ferraz também levou a Globo à Justiça. A atual estrela da Record pede uma indenização de R$ 7 milhões como reconhecimento aos direitos trabalhistas. De acordo com o Notícias da TV, o caso está parado desde 2020.
Tramontina criticou
Contratado recentemente pela CNN Brasil, Carlos Tramontina (na foto acima, com Sandra Annenberg) deixou a Globo há um ano. Ao participar do Flow Podcast, o jornalista, citando Maitê Proença e Carolina Ferraz, criticou profissionais que fizeram carreira dentro da emissora, mas saem de lá falando mal da empresa.
“Eu me decepcionei muito. Acho o seguinte, cara: você ficou 20 anos fazendo o negócio e serviu, agora não presta? Mas que hipocrisia é essa?! Eu vi outro dia as duas atrizes, a Maitê e a Carolina, agora processam a Globo por direitos trabalhistas, mas quando eram pessoas jurídicas pagavam menos imposto e agora querem recuperar os direitos trabalhistas. [Elas] vão devolver para a Receita o que deixaram de recolher? O que é isso? Acho que criticar, avaliar o trabalho, ter uma visão crítica do trabalho faz parte, mas você dizer que aquela empresa que você ficou isso, isso, isso, agora não presta é muito estranho”, disparou.
Tramontina ressaltou que admira as atrizes e que as utilizou como exemplo porque o processo que elas movem se tornou público.
“Não tive a alegria de conhecê-las pessoalmente, atrizes maravilhosas, mas é que são dois exemplos que foram colocados publicamente. Eu acho muito estranho, dentro dessa condição, depois que você fez por muito tempo, aí não dá mais. Tem algumas pessoas que eu acho que não se conformam em sair da Globo, ser obrigado a sair da Globo, porque elas se consideram grandes, e veem isso como inaceitável”, cravou.