Nesta quarta-feira (5), o colunista Flávio Ricco, do UOL, noticiou que uma produtora diretamente envolvida no caso do choro de Maísa no palco de Silvio Santos, na semana passada, foi dispensada da emissora.

Segundo a notícia, Raquel Prado, 28 anos de casa, foi demitida porque simplesmente viu que a situação com Maísa naquele episódio estava das mais deploráveis. A demissão aconteceu num clima horrível, com dedo na cara até de Patrícia Abravanel.

Primeiro, fica a torcida aqui para que Raquel Prado se recoloque o quanto antes, porque sua atitude de acudir uma garota de 15 anos, que estava sofrendo o que sofreu naquela gravação fatídica, foi das mais nobres.

Me impressiona como Patrícia Abravanel tenha entrado neste caso. O que ela teria acusado? Fica a questão, já que dedo na cara é uma coisa ríspida, grave e muito pesada de se fazer.

O fato é que a demissão de Raquel prova, de uma vez por todas, que o lado mais fraco sempre sofre na televisão. Alguém sempre tem que ser o culpado, tem que pagar por um erro.

Histórias não faltam. Conheço gente que foi demitida por apertar apenas um botão errado, fazendo um canal pagar certo mico no ar. É um erro humano, coisa boba, que vira piada momentânea, mas logo passa. Mesmo assim, alguém tinha que pagar.

No caso de Maísa, impressiona porque foi algo grave, que fez Silvio Santos até mesmo cancelar a gravação. Outro fato grave é a falta de gratidão com uma produtora que estava na emissora desde o final dos anos 1980, quando o SBT ainda usava TVS no nome.

Por mais que ela tenha, ou não, desobedecido uma ordem de Silvio, cabia ao próprio entender que exagerou na dose no encontro, e que a produtora simplesmente fez o que tinha que fazer naquela hora – acudir uma adolescente de 15 anos totalmente fragilizada.

Televisão é um meio cruel, muito cruel. Exageradamente cruel. Muitas vezes, dá nojo. O caso da demissão da produtora mostra como, de fato, são os bastidores da TV. O lado mais fraco sempre sofre.


Compartilhar.