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Vários sites anunciaram que a Globo planeja a volta do Vídeo Show em 2023, com apresentação de Maísa Silva (foto abaixo) e Ana Clara. Seria um retorno muito bem-vindo porque o programa faz muita falta e o espaço sobre os bastidores das gravações das novelas e produtos da emissora nunca foi preenchido.
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Porém, será um tiro no pé colocá-lo na faixa que antes era o maior problema do canal. Seria bem mais inteligente colocar o programa aos sábados, em um formato semanal. Não se mexe em time que está ganhando, agora que a nova faixa se reprises de novelas resolveu a questão da audiência.
Resposta imediata
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A Globo sempre foi a líder de audiência do país com larga vantagem. Só perde em situações esporádicas e pouco tempo depois volta ao seu posto de sempre. Porém, a emissora estava precisando se acostumar com o segundo lugar na faixa do Vídeo Show. Há muitos anos que o Balanço Geral, na Record, vencia a rede dos Marinhos quando o quadro A Hora da Venenosa, comandado por Fabíola Reipert, entrava no ar em SP. Tinha virado rotina e nada parecia mudar. Até vir a reprise de O Cravo a Rosa.
Assim que a reexibição da primeira novela de Walcyr Carrasco na Globo, exibida em 2001, entrou no ar a resposta foi imediata: derrotou a concorrente. Com pouca diferença, mas venceu. Não demorou para que a distância numérica aumentasse cada vez mais.
Agora, a Record não chega nem perto da Globo na única faixa que triunfava com facilidade. O folhetim vem alcançando mais de 15 pontos diários, chegando a impressionantes picos de 18, enquanto A Hora da Venenosa dificilmente passa dois 6 pontos. Antes, era comum o quadro de Fabíola Reipert alcançar cerca de 12 pontos contra 8 da Globo.
Fiascos
Vale lembrar que o sucesso do programa da Record foi o responsável pelo cancelamento do Vídeo Show, um dos formatos mais longevos da Globo. Estava há mais de 35 anos no ar. A emissora tentou de tudo para frear o crescimento da concorrente. O péssimo Se Joga foi a tentativa mais fracassada. A atração comandada por Fernanda Gentil, Érico Brás e Fabiana Karla era um show de vergonha alheia e nunca ameaçou o quadro de fofocas da jornalista.
Depois a estratégia foi aumentar a duração do Jornal Hoje, durante o período do auge da pandemia do novo coronavírus. Até houve um resultado satisfatório, mas nunca uma liderança com folga. Até vir a ideia de uma nova faixa de reprises de novelas.
Trama atemporal
A reprise atual de O Cravo e a Rosa expõe mais uma vez a força da história protagonizada por Catarina (Adriana Esteves) e Petruchio (Eduardo Moscovis). A opção pela reexibição deste sucesso do Walcyr se mostrou uma estratégia certeira. A faixa ainda nem tem um nome, pois foi um claro improviso da emissora, mas bastou colocar a trama no ar para a concorrente nunca mais ameaçar a liderança.
E, vale a lembrança, a novela foi reprisada pelo canal Viva em 2019, há menos de três anos. Também já foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo em 2003 e 2013. Ou seja, está sendo reexibida pela quarta vez e com o mesmo bom retorno do público.
O sucesso é compreensível. A história, baseada no clássico A Megera Domada, de Shakespeare, é uma ótima produção e repleta de personagens cativantes. A química entre Adriana Esteves e Eduardo Moscovis é um dos maiores acertos, mas vários outros núcleos despertam interesse, como o da fazenda e o da casa de Cornélio (Ney Latorraca).
A trama ainda ganha muito com a chegada de Marcela (Drica Moraes), uma vilã que inferniza os mocinhos. Vários atores se destacam. Além dos mencionados, Luis Melo (Batista), Tássia Camargo (Joana), Ana Lucia Torre (Neca), Pedro Paulo Rangel (Calixto), Suely Franco (Mimosa), Eva Todor (Josefa), Maria Padilha (Dinorá), Taumaturgo Ferreira (Januário), Carlos Vereza (Joaquim), Vanessa Gerbelli (Lindinha) e Miriam Freenland (Candoca) brilham. É aquela novela que nunca perde a força ou se desgasta. Entrou para a galeria dos folhetins favoritos dos telespectadores.
Por enquanto, tudo deve seguir como está. Não por acaso, o canal já escolheu o folhetim que substituirá O Cravo e a Rosa: Chocolate com Pimenta, mais um fenômeno de Walcyr Carrasco às 18h, exibido em 2003. O inferno da Record vai continuar.