Daria certo? O Rei do Gado quase foi produzida após Pantanal
07/11/2022 às 8h45
Novo cartaz do Vale a Pena Ver de Novo, O Rei do Gado (1996) tem uma “novela” por trás da novela. O grande sucesso da Globo, por muito pouco não foi produzido pela TV Manchete, numa inversão ao que aconteceu com Pantanal (1990). Além disso, a história de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) foi adiada por um ano em razão de seu núcleo de italianos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No final de 1990, a Manchete ainda colhia os frutos do estrondoso sucesso de Pantanal. Benedito Ruy Barbosa estava em alta em razão de sua histórica novela, que conseguiu incomodar a líder de audiência. Com isso, estava tudo certo para que o autor, em breve, assinasse outro folhetim na emissora.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com nota publicada no Jornal do Brasil em 27 de novembro de 1990, Barbosa já tinha planos para sua próxima novela. Segundo a publicação, o autor planejava uma trama menos fantasiosa, abordando a realidade agrária e agrícola do Brasil. A ideia era explorar alguma região do país, mas como coadjuvante, e não como protagonista, como aconteceu com Pantanal.
Ou seja, a trama planejada por Benedito Ruy Barbosa era O Rei do Gado, que tratava da realidade agrária e agrícola do país. Além disso, a novela explorava as belezas do Araguaia, que entrou como coadjuvante no enredo. No entanto, os planos da Manchete foram abortados, já que Benedito voltou à Globo logo após o fim de Pantanal.
LEIA TAMBÉM:
● Após lutar contra câncer, ex-apresentadora do Jornal da Manchete morre aos 65 anos
● Artista de Toma Lá, Dá Cá se recusou a tratar câncer: “Estado terminal”
● Após ser resgatado pela Praça, humorista perdeu luta contra a Aids
Adiamento
Na emissora carioca, Barbosa finalmente estreou no horário nobre com Renascer (1993), outro grande sucesso de sua galeria. Com isso, O Rei do Gado finalmente entrou na fila das próximas novelas das oito do canal. A ideia era que a trama substituísse A Próxima Vítima (1995) (foto acima).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Porém, o autor e a Globo travaram uma queda de braço nos bastidores que culminou com o adiamento da novela. Isso porque a emissora identificou uma rejeição do público ao núcleo de italianos de A Próxima Vítima. E a primeira fase de O Rei do Gado era composta por vários personagens originários da Itália. Segundo a Folha de S. Paulo, em maio de 1995, o canal temia que a rejeição prevalecesse.
Com isso, a direção da emissora tentou promover algumas alterações no enredo de Barbosa, que se recusou a mexer na novela. Assim, uma adaptação de Aguinaldo Silva do livro Mar Morto, de Jorge Amado, se tornou uma das opções para suceder A Próxima Vítima.
Atraso
A Globo ainda considerou voltar atrás e apostar em O Rei do Gado como substituta de A Próxima Vítima. Mas, após uma nova rodada de reuniões, os planos foram novamente alterados e Gloria Perez foi escalada para assinar uma nova história. Com isso, Explode Coração (1995) (foto acima) foi definida como a substituta do thriller de Silvio de Abreu.
O Rei do Gado, então, ficou na fila para substituir a história da cigana Dara (Tereza Seiblitz). Porém, mais uma vez, a novela de Benedito Ruy Barbosa sofreu um atraso. A Globo, então, tentou esticar Explode Coração, mas Gloria Perez se recusou a ampliar o folhetim, já que queria finalizar a história para poder se dedicar ao julgamento de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, os assassinos de sua filha Daniella Perez.
A solução da Globo foi exibir a minissérie O Fim do Mundo, de Dias Gomes, na faixa das oito. Anunciada como uma “supernovela em 35 capítulos”, a história substituiu Explode Coração, dando mais tempo para que O Rei do Gado finalmente pudesse estrear, em 17 de junho de 1996.