Dancing Brasil reestreia com boa produção, embora danças decepcionem
29/07/2017 às 10h00
Com o fracasso do programa de auditório de Xuxa Meneghel, contratada com alarde em 2015, a RecordTV decidiu este ano investir em um novo formato para a loira. O Dancing Brasil, baseado no americano Dancing With The Stars, teve sua exibição inicial entre 3 de abril e 26 de junho deste ano, com vitória da atriz Maytê Piragibe.
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Apesar de a audiência não ter sido grandiosa, o programa foi renovado para mais uma temporada, que estreou na última segunda-feira, 24 de julho, um mês após a primeira – estratégia arriscada, em virtude do possível desgaste.
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O elenco da nova edição é formado pelos cantores Alinne Rosa, Fernando Pires (irmão de Alexandre Pires) e Lexa; a jogadora de vôlei Jaqueline Carvalho; a ex-jogadora de futebol Milene Domingues; o modelo Jesus Luz; os atores Carlos Bonow, Theo Becker e Raphael Sander, a ex-bailarina do Domingão do Faustão Carla Prata, o apresentador Yudi Tamashiro e a atriz Suzana Alves (a ex-Tiazinha do extinto programa H, de Luciano Huck).
A competição não é exatamente uma novidade, uma vez que o programa de Fausto Silva há mais de dez anos apresenta a Dança dos Famosos, baseada na versão inglesa Strictly Come Dancing (que também inspirou o programa norte-americano) e com grande sucesso a cada ano. No entanto, o programa de Xuxa se diferencia por seguir fielmente o formato original, enquanto a versão global faz livres adaptações em sua dinâmica.
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Com diferenças mais evidentes, no Dancing há apenas o júri técnico (não existe júri artístico) e os jurados são fixos: Fernanda Chamma, Paulo Goulart Filho e Jaime Arôxa, que já participaram da Dança e, agora, não se furtam a fazer críticas mais pesadas quando necessário.
Cada participante traz um ritmo diferente, em vez de todos dançarem o mesmo ritmo a cada semana. A eliminação é decidida por uma votação popular entre os três piores colocados (zona de risco), em vez da saída do que teve a menor pontuação – o mesmo procedimento é feito para a escolha do campeão, o que aumenta o risco de injustiças.
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Uma característica do programa que continua causando estranheza é o fato de, na maioria das vezes, os participantes dançarem ao som de músicas que nada têm a ver com o ritmo da coreografia que apresentam. Como exemplo, Lexa e seu partner Lucas Teodoro dançaram o chá-chá-chá ao som de Garota Nacional, do Skank. Difícil entender, embora faça parte do formato original.
No primeiro episódio, a maioria dos participantes trouxe desempenhos que variavam do mediano ao fraco – algo até natural, considerando-se que é uma estreia. Jesus Luz, que apresentou uma coreografia de salsa, chamou a atenção por sua falta de molejo e levou, merecidamente, as menores notas da noite. Theo Becker, que dançou o mesmo ritmo, também decepcionou – embora tivesse pontuado melhor.
Yudi Tamashiro, Suzana Alves e Jaque Carvalho, com o foxtrote, marcaram, nesta ordem, as melhores pontuações, apesar de a coreografia de Yudi ter sido um tanto exagerada, em contraponto à elegância das outras duas.
Xuxa Meneghel continua bastante segura e à vontade no comando do Dancing Brasil. Mais desenvolta, ela também apresenta coreografias ao longo do programa, além de frequentemente comentar as opiniões dos jurados e em alguns momentos até discordar.
Em compensação, Sérgio Marone novamente se mostra pouco expressivo na interação com os participantes, nos bastidores. Vale aqui destacar também a impecável produção, que faz o público embarcar no clima de um grande festival de dança.
O Dancing Brasil foi uma boa ideia da RecordTV, embora tenha dado a sensação de não deixar a apresentadora sem função na emissora. A competição é boa de se acompanhar, os jurados se mostram rígidos quando preciso e, por serem fixos, avaliam a evolução dos concorrentes.
Embora não concorra diretamente com a Dança dos Famosos, que estreia neste mês de agosto mais uma temporada, será curioso ver os dois programas em exibição e, assim, poder avaliar melhor as diferenças e semelhanças entre eles.