Ontem, em meio aos trabalhos de divulgação do BBB18, deixei passar o falatório acerca da estreia da semana: a terceira temporada do reality Dancing Brasil, atração de Xuxa Meneghel, agora alocada nas noites de quarta-feira da Record TV.

O programa, que apresentou o time formado por quinze famosos e seus respectivos bailarinos, apontou 8,1 pontos de média, pico de 10 pontos e share de 14% – número de participação no total de televisores ligados. Foi o melhor desempenho do ‘Dancing’ desde a primeira temporada, lançada em abril do ano passado – um crescimento de 62%, no comparativo do primeiro episódio.

O resultado atesta o acerto da saída das noites de segunda-feira: no novo dia, o Dancing Brasil pode fisgar boa parcela do público que foge do futebol na Globo. Potencial para isto, certamente, há. A terceira temporada do Dancing Brasil conta com boa produção, um elenco competente e um formato atrativo. É bom apreciar a disputa; assim como vale a pena curtir a evolução dos participantes.

Evidente, porém, a necessidade de aparar algumas arestas. Começando pelo texto de Xuxa, que confere à apresentadora uma artificialidade incômoda. Dona de um magnetismo incomum, Xuxa extravasa sua espontaneidade após cada apresentação, quando conversa, sem roteiro, com treinado e treinador. No TP, contudo, suas falas soam antiquadas.

Nesta estreia, por exemplo, o único sopro de inspiração, se deu na apresentação de Geovanna Tominaga, com uma breve referência ao “não tenho paciência para quem está começando”, frase que Susana Vieira disparou para a jornalista, quando esta atuava como repórter do Vídeo Show. Geovanna, aliás, despontou como uma das favoritas da temporada; praticamente deslizou no palco, de uma perfeição incomum.

Em contraponto ao roteiro falho, um parceiro à altura! Leandro Lima, em um único episódio, se mostrou uma escolha mais acertada do que Sérgio Marone nas duas primeiras temporadas. Estabeleceu uma conexão eficaz com os participantes e com a titular. Não se atrapalhou em nenhum momento, o que seria natural numa estreia, contribuindo para o bom andamento do episódio.

Dancing Brasil também se revela um acerto na escolha dos jurados. O trio Fernanda Chamma, Jaime Arôxa e Paulo Goulart Filho ganha pontos por evitar a exaltação do Dança dos Famosos, similar apresentado por Fausto Silva em seu ‘Domingão’. Honestos, não se furtam em conferir notas baixas – o que, na Globo, soou como ofensa para competidores e fã-clubes na última edição da ‘Dança’.

Por fim, outro ponto fora da curva: a banda no palco valoriza as apresentações, mas a opção pela adaptação de músicas para o ritmo proposto a cada participante é falha. A proposta do formato original pode parecer interessante lá fora. Para um país como o nosso, tão rico de ritmos e composições, esta “regra” soa como preguiça dos responsáveis pela pesquisa do repertório.

Corrigindo tais deslizes, o Dancing Brasil tem tudo para se sagrar vitorioso neste regresso. A conjunção de acertos que aponta para o sucesso é maior do que os erros. Há uma apresentadora competente, bem amparada por seu partner, numa estrutura que favorece o jogo equilibrado e com uma produção esmerada alocada num dia propício. Deu vontade de curtir a temporada toda…


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.