Constantes derrotas para A Fazenda expõem o desgaste do The Voice Brasil

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A nona temporada do “The Voice Brasil” estreou no dia 15 de outubro e está em plena reta final. É uma das poucas produções inéditas que a Globo tem atualmente em sua grade, com presença física de pessoas em um palco. Os outros programas inéditos vêm sobrevivendo das já tradicionais vídeo-chamadas de entrevistados. Em um ano atípico como 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, o formato tinha tudo para fazer ainda mais sucesso. Porém, o efeito foi contrário: a edição vem fracassando em todos os aspectos.

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O principal reality musical da Globo, exibido às terças e quintas, vem perdendo semanalmente para “A Fazenda 12”. E desde a sua estreia. Isso porque o reality da Record tem feito um grande sucesso e o “The Voice Brasil” iniciou sua temporada com o programa da concorrente já embalado pela boa audiência. A estratégia da líder tem sido a exibição cada vez mais tardia de “A Força do Querer”. Até funciona para manter os índices, mas basta a reprise da novela de Glória Perez acabar para a emissora dos bispos liderar.

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Obviamente, o êxito da décima segunda edição de “A Fazenda” tem contribuído bastante para o fracasso do “The Voice Brasil”. Mas a verdade é que o formato já apresentava sinais claros de desgaste há pelo menos três temporadas. Nunca teve problemas com a audiência porque não tinha um bom concorrente. Bastou “A Fazenda 12” fazer sucesso para provar que o público já estava cansado da competição da Globo há muito tempo. Em 2020, ainda há o agravante da repercussão nula. O Twitter sempre foi um bom termômetro para a disputa e até em anos apáticos o nome do programa ficava nos “Trend Topics” (assuntos mais comentados). Agora nem isso. E são vários os motivos do esgotamento da atração.

As reformulações são mínimas em virtude do formato ser baseado no original holandês, o que já prejudica qualquer tentativa de maiores novidades a cada ano. Porém, até as questões que poderiam ser alteradas seguem praticamente iguais desde a primeira temporada. Tiago Leifert continua no comando do programa, mesmo depois que assumiu o “Big Brother Brasil” e ganhou o programa “Zero 1”. Precisa de tamanha ‘overdose’ do apresentador? Já o time de técnicos está quase inalterado e até as mudanças são meramente enganosas.

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Lulu Santos está desde a primeira temporada, de 2012. Nada contra o cantor, um dos mais queridos do país, mas não há criatividade que salve qualquer originalidade em suas análises. São sempre as mesmas observações e já passou da hora de um substituto. Mas não é o único caso. Carlinhos Brown também segue intacto no júri. E quando saiu foi para o “The Voice Kids”. Em 2020, no entanto, voltou ao time do “The Voice Brasil” no lugar de Ivete Sangalo. Ivete, por sua vez, substituiu Cláudia Leitte em 2017. Mas Cláudia migrou para o “Kids”. Ou seja, mesmo quando um é substituído, já liberam a vaga para o recém-saído no programa com crianças. O desgaste de imagem é inevitável. Já Daniel era do time e saiu em 2015, quando cedeu seu lugar a Michel Teló. E Teló está até hoje na atração. Vencendo as disputas todo ano, vale lembrar.

O único sopro de novidade no time foi a entrada de Iza em 2019. Ainda assim o único. Caso a Globo insista no formato nos próximos anos (e deverá insistir, ao que tudo indica), uma reformulação geral no júri é necessária. Nas versões internacionais, a rotatividade dos técnicos sempre foi muito maior. Já no Brasil ocorre o oposto por resistência do diretor Boninho. E é um dos únicos setores do formato que pode ser mexido para oxigenar cada temporada. Outro fato que cansou o público é a mesmice das dinâmicas. A fase mais empolgante é a das batalhas, mas as demais não despertam interesse e ainda há o fato do vencedor(a) não emplacar. O termo “A voz do Brasil” virou uma piada. Quem ganha some da mídia assim como os perdedores. Não emplaca músicas, não faz sucesso, enfim.

O “The Voice Brasil” já estava com o sinal amarelo há anos. Agora o vermelho foi ligado. Alguma mudança precisa ser feita em 2021. Caso contrário é melhor acabar com o reality enquanto ainda resta alguma dignidade ao formato.

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