Fernanda Gentil foi um dos grandes destaques da Globo nas coberturas da Copa das Confederações de 2013 e das Copa do Mundo de 2014 e de 2018. Com muito carisma, o jeito que ficava à vontade diante das câmeras transmitia intimidade com o público.

Fernanda Gentil

A forma como como ela apresentava as notícias era outro ponto a seu favor, uma vez que ela raramente gaguejava e ainda conseguia contar tudo o que é necessário de forma concisa, sem aparentar a correria sempre constante nos links ao vivo de qualquer emissora.

Pois bem: Fernanda colheu os frutos de sua competência, trocando o esporte pelo entretenimento da Globo. Mas será que essa foi a melhor decisão?

Se Joga

Se Joga

O Se Joga foi uma das grandes apostas da emissora em 2019. O objetivo na época era enfrentar o Balanço Geral, da Record, que derrotava o extinto Vídeo Show quase diariamente. Não por acaso o longevo programa sobre os bastidores da televisão foi retirado da grade, após quase 36 anos no ar. Mas não deu certo.

As derrotas continuaram e a atração comandada por Fernanda Gentil, Fabiana Karla e Érico Brás sofreu um massacre de justas críticas. A pandemia do novo coronavírus, iniciada em março de 2020, foi um bom pretexto para cancelar o formato.

Mas a emissora resolveu recolocá-lo no ar. No dia 6 de março do ano passado, a atração retornou com uma nova roupagem em formato semanal. Na faixa vespertina dos sábados, ficou no lugar do cansativo Simples Assim, da Angélica.

Se Joga

Fabiana deixou o programa e Érico virou repórter. Fernanda ficou sozinha no comando, junto com a ótima Tati Machado.

Mas não demorou para constatar a intenção da Globo: voltar com o Vídeo Show, mas com o título de Se Joga. A própria descrição das novas características do programa entrega a inspiração, para não dizer plágio: são tardes cheias de conteúdos especiais, entrevistas exclusivas, revisitas ao passado da TV, spoilers de cena, interatividade, e muitas curiosidades sobre o que acontece por trás das câmeras. Uma programação que faz o balanço da semana na vida dos famosos.

Ou seja, uma mistura do Vídeo Show do passado e com o Vídeo Show que já existia pouco antes de sair do ar, em 2019, quando focava também no cotidiano das celebridades. Até o clássico Falha Nossa está presente.

Mais uma vez, a experiência não durou muito. Exibido no formato de temporadas, foi tirado do ar em 28 de agosto, e ainda não se sabe se voltará ao ar algum dia.

Zig Zag Arena

Zig Zag Arena

Ao invés de substituir o The Voice Kids na grade vespertina com mais filmes, a Globo resolveu dar um novo programa para Fernanda Gentil aos domingos. O novo desafio da apresentadora ganhou o estranho nome de Zig Zag Arena.

O programa era quase uma espécie de Olimpíadas do Faustão (quadro de sucesso e até hoje lembrado do Domingão na década de 90) modernizado através de muitas luzes e tecnologia.

O palco de 1500 m², inspirado em um gigantesco e multicolorido tabuleiro de pinball, contava com um campo de camas elásticas, além de escorregas e muitos obstáculos. Era um cenário luxuoso e que custou um bom investimento da Globo, deixando claro que a intenção da emissora era emplacar mesmo o formato.

Zig Zag Arena

Famosos e anônimos – em grupos formados por atores, humoristas, cantores, apresentadores e ex-participantes de reality – competiam entre si. Além deles, também participarão profissionais de diversas áreas de atuação, como médicos, garis, enfermeiros, advogados, enfim.

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A premissa era bem interessante. Reunir um amontoado de brincadeira infantis clássicas valendo um prêmio em dinheiro e com regras que deixam a disputa séria – lembrava até um pouco a sinopse de Round 6, série de sucesso da Netflix.

Zig Zag Arena

Todavia, na prática não funcionou. Muita informação visual. Era um exagero. Ficava difícil prestar atenção em alguma coisa.

As regras eram confusas: não valia nada a equipe criar vantagem na primeira e segunda etapas porque o que decide o jogo é a fase final. Então qual a razão para o esforço dos grupos nas duas primeiras? Não fazia o menor sentido. Para culminar, os comentaristas falavam um em cima do outro e não havia a menor necessidade de tê-los ali. Isso ainda diminuiu a relevância da apresentadora.

Resultado: baixa audiência, com a Globo chegando a ficar na quarta colocação, e saída do ar antes do prazo.

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Sem sorte

Fernanda Gentil não vem tendo sorte na área de entretenimento da Globo. Até hoje só ganhou programa ruim.

Ela saiu de seu trabalho bem-sucedido na cobertura esportiva, ficou na ‘geladeira’ da Globo um longo tempo esperando um novo projeto na área do entretenimento, e quando finalmente a produção veio era o lastimável Se Joga, em duas encarnações. Depois disso, foi “premiada” com o Zig Zag Arena, que não durou muito na grade da Globo. Agora, está congelando novamente no freezer do canal, salvo por uma breve presença em Cara e Coragem.

Ou a Globo desenvolve uma atração que realmente tenha a identidade de Fernanda Gentil ou a carreira da apresentadora no entretenimento do canal poderá ser seriamente prejudicada. Provavelmente, nem a Globo sabe o que fazer.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor