Atualmente com 70 anos, Vera Fischer declara não sentir falta de ter um companheiro, mas que não conseguiria ficar sem trabalhar. A veterana atriz foi casada com os atores Perry Salles, de 1972 a 1987, de quem cuidou quando ele estava em estado terminal, e Felipe Camargo (foto abaixo), de 1988 a 1995, com quem teve muitas brigas.

Mandala

“O que eu mais gosto de fazer é trabalhar. Minha vida não faz sentido sem trabalho. Algumas mulheres precisam de um relacionamento afetivo para ser feliz, precisam de um marido. Eu preciso do trabalho. Sou independente”, afirmou Vera Fischer em entrevista ao portal Gshow.

Paixão arrebatadora

Em entrevista recente ao programa Conversa com Bial, a eterna musa contou detalhes sobre seu relacionamento com Felipe Camargo, com quem começou a namorar em 1987, nas gravações da novela Mandala. Vera se separou do então marido Perry Salles, com quem estava desde o início dos anos 1970, para viver o novo relacionamento.

“Antes [do Felipe] eu tive uma vida mais tranquila. Era uma vida mais intelectual, de trabalho, mais de filhos. Eu não abusava tanto. Aí eu tive que ficar abusada porque eu tive que conviver com gente muito mais jovem do que eu. E o que os jovens faziam eu tinha que fazer também, senão eu era um peixe fora d´água”, revelou a atriz.

A paixão entre ambos foi arrebatadora, ganhando as manchetes dos jornais e revistas da época. O Brasil parou para ver a cena de beijo entre seus personagens, Jocasta e Édipo, mãe e filho na trama, que, evidentemente, não sabiam desse laço de parentesco.

No ano seguinte, eles se casaram e pareciam felizes. No entanto, a relação tornou-se conturbada conturbado e o casal rotineiramente ganhava as capas da imprensa em virtude de traições, agressões físicas de ambas as partes e constantes brigas.

Separação

Pátria Minha

O ápice dos problemas veio em 1994, nos bastidores de Pátria Minha, que contava com ambos no elenco. A novela de Gilberto Braga sofreu principalmente com Vera, que vivia a protagonista, Lídia Laport. Numa gravação, ela apareceu com o antebraço esquerdo quebrado. A atriz foi afastada e muitas alterações tiveram que ser feitas nos capítulos.

Após muitas brigas e atrasos, os personagens de Vera e Felipe foram eliminados da trama.

“Lamento muito tudo isso estar acontecendo. Artisticamente, o resultado da dupla era bom. Eu gostaria de ficar com os dois até o fim de Pátria Minha. Mas foi uma decisão da alta direção da Rede Globo por problemas de produção escapam da minha alçada. Vai ficar mais difícil sem eles, principalmente porque a Lídia era uma personagem muito forte”, declarou Gilberto Braga ao jornal O Globo em 13 de janeiro de 1995.

Após a separação, ocorrida naquele ano, Vera e Felipe iniciaram uma batalha judicial pela guarda do filho, Gabriel, que acabou ficando com o ator em virtude dos problemas que ela enfrentava com as drogas.

Crise existencial

Depois dessa fase ruim, em que foi expulsa da novela Pátria Minha, Vera Fischer passou por outros momentos bastante complicados, já que enfrentava o vício em drogas e, por causa disso, precisou ficar internada em clínicas de reabilitação.

Neste contexto, ela revelou ter ficado em crise existencial e chegou a ter relações homossexuais.

“Já tive experiência com uma mulher. Posso me apaixonar tanto por um homem quanto por uma mulher. Só não posso me apaixonar por uma parede, que é ridículo. Uma parede eu compro”, enfatizou a atriz em 1997, numa entrevista ao programa Por Acaso, que José Maurício Machline comandava na Band.

Depois, ela ressaltou que era uma pessoa solitária – na época, namorava o ator Floriano Peixoto, alguns anos depois do fim do conturbado relacionamento com Felipe Camargo.

“Sou do tipo que prefere estar só que mal acompanhada. Não consigo encontrar uma pessoa para ficar ao meu lado”, pontuou.

Cuidou até o fim

Perry Salles e Vera Fischer

Em 2001, Vera voltou a dividir os estúdios com o ex-marido, Perry Salles, nas gravações de O Clone. Ela interpretava Yvete, enquanto ele respondia por Mustafá, o primo de Nazira (Eliane Giardini), Mohamed (Antonio Calloni) e Said (Dalton Vigh) que vem ao Brasil a trabalho e acaba envolvido com Noêmia (Elizangela), uma brasileira nada disposta a seguir as tradições muçulmanas.

Perry sofreu um infarto em 2006, enfrentando um procedimento cirúrgico logo em seguida. Três anos depois, ele foi diagnosticado com um câncer no pulmão, que acabou atingindo seu cérebro.

O ator faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de junho de 2009, aos 70 anos, no apartamento de Vera Fischer, que o acolheu quando estava em terminal e cuidou dele até o fim.

Em matéria exibida no Vídeo Show, ela chegou se emocionar ao falar de Salles, afirmando que ele foi o grande amor de sua vida.

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