A primeira semana de Família é Tudo não elevou a audiência da faixa das sete da Globo. A emissora aposta suas fichas na trama de Daniel Ortiz para reverter a crise do horário instalada por conta do fiasco de Fuzuê, sua antecessora.

Renato Góes e Nathalia Dill em Família É Tudo
Renato Góes e Nathalia Dill em Família É Tudo (divulgação/Globo)

No entanto, o fraco resultado dos primeiros capítulos evidencia que não será tarefa fácil fazer os números subirem. Aliás, o horário das sete tem se mostrado o mais difícil para a Globo retomar o sucesso pós-pandemia.

Foram mais fracassos que sucessos desde a retomada das novelas inéditas.

Crise pós-pandemia

A Globo, assim como as demais emissoras, acabou perdendo audiência durante a pandemia da Covid-19. As reprises de novelas exibidas entre 2020 e 2021 afugentou boa parte do público e criou um novo cenário de audiência.

Desde então, o canal acertou bastante no horário das seis, com Além da Ilusão (2022), Mar do Sertão (2022) e Amor Perfeito (2023). Na faixa das nove, Pantanal (2022) foi o maior êxito, mas Terra e Paixão (2023) não chegou a ser um fiasco e Renascer (2024) demonstra potencial.

Porém, na faixa das sete, a situação é mais crítica. Foram cinco folhetins exibidos desde a retomada das novelas inéditas. Porém, apenas um deles registrou índices de audiência satisfatórios para o horário.

Faixa problemática

Após as reprises de Totalmente Demais (2015), Haja Coração (2016) e Pega Pega (2017), a Globo voltou a exibir novelas inéditas às sete com Quanto Mais Vida, Melhor! (2021). Mas a trama que marcou a estreia de Mauro Wilson como autor titular não registrou grandes índices de audiência.

A trama foi ao ar totalmente gravada, por conta dos protocolos de segurança adotados durante o período crítico da pandemia de Covid-19. Por isso, o autor não teve a chance de promover alterações de acordo com a reação do público.

Depois, veio Cara e Coragem (2022), de Claudia Souto. Mas a trama sobre dublês não empolgou o público, em razão do excesso de mistérios e a história pouco cativante. Assim, os resultados não foram dos melhores.

Enfim, um sucesso!

Sheron Menezzes e Samuel de Assis
Sheron Menezzes e Samuel de Assis em Vai na Fé (Reprodução / Globo)

Na sequência, a Globo lançou Vai na Fé (2023), que devolveu o brilho ao horário das sete. A novela de Rosane Svartman não apenas elevou os números, como alcançou excelente repercussão junto ao público e foi considerada um êxito.

Mas, em seguida, veio Fuzuê, que não manteve a boa fase do horário. A novela de Gustavo Reiz tinha uma história que girava em círculos e as mudanças feitas para tentar elevar a audiência não foram bem-sucedidas. Com isso, Fuzuê saiu de cena com o ingrato título de novela das sete menos vista da história.

Já Família é Tudo, atual cartaz da faixa, estreou mostrando dificuldade em reverter o cenário crítico. A primeira semana registrou média de 18,7 pontos no Kantar Ibope Media. No mesmo período, Fuzuê alcançou 21,9.

Claro, ainda é cedo para cravar que Família é Tudo será um fiasco. Afinal, a trama precisa chamar o público de volta ao horário, o que leva um certo tempo. Porém, fica claro que, dos três horários de novelas inéditas da Globo, o horário das sete é o que apresenta maior dificuldade de agradar ao público.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor