Como o coronavírus, o caos político e as manifestações mudaram o jornalismo na TV fechada em 2020

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Para alguns, já passamos pelo pior. Para outros, o pico ainda se aproxima. E, para outra parte, o que está acontecendo não é nada. Mas uma coisa podemos concluir: nesses mais de 100 dias de quarentena (forçada ou não) o jornalismo na TV fechada teve que se reinventar.

Do final de março até a primeira quinzena de abril, quando a grande maioria dos brasileiros estava confinada em casa, obviamente o número de televisões ligadas mais do que dobrou. E nesse momento de caos, tanto na saúde como na política (no caso do Brasil), além das importantes manifestações contra o racismo pelo mundo, os canais de notícias tiveram que tirar um coelho da cartola, já que parte dos apresentadores do grupo de risco foi para casa e outra parte da redação foi trabalhar no sistema de “home office”.

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Tivemos que nos acostumar com o novo cenário dos apresentadores, repórteres, analistas, comentaristas e convidados. Saíram os estúdios e entraram as salas e escritórios. E a internet, que, às vezes, é considerada o meio de comunicação que pode matar a TV, se mostrou mais do que aliada nesse momento de pandemia.

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E quando analiso todo esse turbilhão que tomou conta dos canais de notícias, o destaque vai para a GloboNews, não tem como. O canal que tem o “Nunca Desliga” no slogan, está levando ao pé da letra tal afirmação. São mais de 20 horas ao vivo de segunda a segunda. O canal começa às 6h com o “Em Ponto” e vai praticamente full até à 1h30 da madrugada do dia seguinte.

Tal busca pela informação, obviamente, rendeu recordes de audiência para o canal fechado. De março até agora, a GloboNews registrou a presença de mais de 24 milhões de pessoas assistindo ao canal, conquistando a liderança no Kantar Ibope na TV fechada.

Como citei na minha coluna da semana passada, a chegada da CNN Brasil, que impulsionou as concorrentes para que mudassem suas rotinas e a cobertura sobre os fatos – históricos, porque não, dos últimos três meses, apenas adiantou tal processo.

Apesar de algumas críticas, a CNN também teve que se mexer com poucos dias no ar. Logo de cara, estendeu a grade jornalística do sábado e do domingo, sacrificou até mesmo a estreia de umas das estrelas da casa (Evaristo Costa) e mandou outro para casa, como no caso de William Wack.

Entretanto, passados todos esses dias, é visível que tudo que é demais cansa. Por mais que GloboNews, CNN Brasil e BandNews TV “evitam se desligar”, em certos momentos, para darem conta de cobrir tantos assuntos e ser possível trazerem um furo de reportagem, a programação precisa respirar.

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Aos sábados, por exemplo, vários jornais chegam a requentar a mesma notícia pelo menos seis vezes. O público merece também um respiro. Seria necessário que, aos poucos, os programas gravados antes da pandemia voltassem para a grade de programação.

E, falando desses programas que eram gravados antes de todo esse caos, fica aqui um questionamento: como será o jornalismo das emissoras pós-pandemia? Isso é um assunto para uma próxima coluna. Até o próximo sábado!

SOBRE O AUTOR
Douglas Pereira é formado em Jornalismo pela PUC Minas, estudante e estagiário acadêmico em Direito, com passagens pela TV Horizonte e Rádio 98FM, em Belo Horizonte. Além de fazer prints de quase tudo que passa na TV no @uaiteve pelo Twitter, também é entusiasta da aviação, sobre a qual mantém o site Portão Um.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise, opinião e crítica sobre as coberturas jornalísticas, esportivas e do entretenimento na TV brasileira.

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