Um dos principais narradores do país, Galvão Bueno, que está na cobertura das Olimpíadas de Paris, acabou entrando para a história do esporte por acaso na primeira grande transmissão dos Jogos Olímpicos feita pela Globo.
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Entre 28 de julho e 12 de agosto de 1984, foram realizados os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos, que fizeram sucesso na época, apesar do boicote sofrido por parte da União Soviética e seus aliados.
Galvão, que na época estava longe de ter o status de principal narrador da Globo — como aconteceu nas décadas seguintes —, entrou para a história depois que foi convocado às pressas para fazer uma narração no lugar dos colegas que estavam escalados para aquele trabalho.
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Globo apostou em grande cobertura olímpica
Historicamente, a Globo mandava poucos profissionais para a cobertura das Olimpíadas e transmitia somente algumas competições ao vivo. O restante era mostrado em boletins e VTs no fim de noite.
Porém, tudo mudou em 1984. Naqueles Jogos Olímpicos, a emissora preparou uma grande cobertura e montou até mesmo uma pequena estrutura em Los Angeles, para onde enviou cerca de 100 profissionais.
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Galvão Bueno foi convocado às pressas na Olimpíada
O momento mais lembrado daquela edição até hoje é a chegada da maratona feminina, quando a suíça Gabrielle Andersen-Schiess chegou ao final da disputa cambaleando.
Ao projeto Memória Globo, o jornalista Marco Mora, que foi um dos coordenadores da cobertura olímpica de 1984, contou que os narradores que estavam no estádio haviam saído da cabine e, por isso, convocou Galvão.
“A grande narração da Olimpíada é aquela imagem com a narração do Galvão. E ficou, em princípio, uma discussão, porque o Galvão, elegantemente, não queria fazer porque tínhamos duas pessoas que estavam no estádio, Osmar Santos e Ricardo Pereira, mas que infelizmente, naquela hora, tinham saído da cabine”, revelou.
Narração improvisada por Galvão Bueno marcou a história do esporte
Pouco antes, Galvão Bueno tinha trabalhado na exibição do GP da Alemanha de Fórmula 1, ao lado do comentarista Reginaldo Leme. Ele contou que estava passando pelo estúdio quando surgiu aquela imagem.
“O Galvão me falava que não podia entrar e ocupar o lugar deles, porque eles estavam lá, vendo o que estava acontecendo. Eu falei que não tinha o menor interesse em saber e que ele não estava entendendo. Eles não estavam lá e eu precisava de alguém para narrar, senão ia colocar no ar sem nenhuma locução, porque achava aquilo relevante”, contou Marco Mora.
A cena, que mostrou a competidora entrando no Estádio Olímpico cambaleante, foi de grande emoção e a Globo colocou até uma trilha sonora emotiva para complementar o momento.