A tragédia do avião 2283, da Voepass, que caiu na cidade de Vinhedo (SP) matando as 62 pessoas que estavam a bordo, gerou enorme comoção. A queda aconteceu na última sexta-feira (9).

O avião da Voepass
O avião da Voepass

De acordo com a força-tarefa da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, a maioria das vítimas morreu de politraumatismo em razão da queda.

Segundo as investigações, o impacto do avião com o solo, que caiu de uma altura de 5000 metros, causou inúmeras fraturas no corpo das vítimas antes de elas terem sido carbonizadas pelo fogo oriundo da explosão.

O que sentiram os passageiros do voo da Voepass durante a queda?

Apesar do politraumatismo seguido da carbonização, é possível que as vítimas não tenham sentindo dores no momento da tragédia. É o que explicou Antônio Nunes, perito geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí, em entrevista ao Iel Cast.

“Numa queda muito brusca dessa, o labirinto, que mantém nosso equilíbrio, e também outras alterações que o cérebro faz para proteger em quedas no sistema límbico, por exemplo, ele dá uma desligada. Simplesmente você não sente tanto, você não fica consciente”, explicou.

“A chance de ter alguém acordado no final daquela queda, inclusive o próprio piloto, é quase impossível”, completou o perito.

Os passageiros do voo da Voepass perderam a consciência durante a queda?

Ainda segundo o perito Antônio Nunes, as vítimas perderam a consciência antes de o avião se chocar com o solo.

“Eles não sentiram dor. O corpo protege na queda, justamente do trauma que virá (…). Ao chegar lá embaixo, aí vem a questão da morte em si. Bateu, fratura aquela parte [do corpo] que está mais para baixo, e pode fraturar outra dependendo se bateu em outra parte do avião ou não”, discorreu.

“[O choque provoca] Hemorragia muito grande. Normalmente, você morre já por choque hemorrágico. Além disso, o pulmão incha, enche de sangue. Você já não tem uma respiração normal. Mesmo que o oxigênio chegasse ali, você já não tem como fazer troca gasosa. A morte é praticamente instântanea”, disse.

Como morreram os passageiros do voo da Voepass?

O politraumatismo, também conhecido como traumatismo multissistêmico, acontece quando um paciente sofre múltiplas lesões pelo corpo, como resultado de um único evento traumático, como um acidente.

As lesões atingem principalmente os ossos, o crânio e a coluna, provocando hemorragia dos órgãos internos.

A força-tarefa da Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluiu que as vítimas do voo 2283 da Voepass morreram em razão do politraumatismo provocado pelo choque da aeronave com o solo.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor