Após ficar em coma, ator que foi galã da Globo vence doença mortal
20/07/2023 às 16h12
Dono de um sorriso marcante e considerado um dos galãs da década de 1980 da Globo, Guilherme Leme nasceu em Lençóis Paulista (SP), em 29 de setembro de 1960. O ator, que anda sumido das novelas da emissora, venceu o câncer após chegar a ficar em coma.
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Iniciou sua carreira artística como um dos fundadores da Companhia Teatro São Paulo Brasil, onde participou de festivais pelo País. Ele também viria a se destacar como diretor e produtor de diversas peças, entre elas Decadência, Eduardo III, A Forma das Coisas, entre outros. No cinema, fez os filmes Anjos da Noite (1987), Minha Vida em Suas Mãos (2001) e Zico – O Filme (2022).
Sua estreia na televisão foi na Globo, na novela Bambolê, em 1987. Na trama, ele viveu o personagem Alligator, rapaz agressivo, competitivo e provocador, líder de uma turma de jovens em Ipanema.
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Em seguida, viveu seu primeiro papel de destaque, o Rico, de Bebê a Bordo (1988), que popularizou o bordão “levar uns coelhos”.
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Símbolo sexual
Em 1991, em Vamp, ele viveu Gerald Lamas, empresário do vampiro Vlad (Ney Latorraca). No ano seguinte interpretou Gino, em de De Corpo e Alma (1992), que dizia aos pais que era estudante de engenharia, mas, na verdade, dançava no Clube das Mulheres como stripper. Este papel o consagrou como símbolo sexual, chegando a receber cartas de inúmeras telespectadoras.
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Após uma breve passagem pela Manchete e SBT, ele voltou para a Globo em participações de menor destaque, como em Caça Talentos (1997), Malhação (1997), Por Amor (1998), Labirinto (1998), Terra Nostra (1999), Sítio do Picapau Amarelo (2002) e Insensato Coração (2011).
Na Record, atuou em Chamas da Vida (2008) e A Terra Prometida (2016), seu último trabalho em televisão até o momento.
Luta contra o câncer
Nem todos se lembram, mas, em 2013, Guilherme Leme viveu um dos momentos mais dramáticos em sua vida pessoal. Tudo começou com uma dor de garganta que o acompanhou durante dois anos. Ao fazer uma ressonância, ele descobriu que tinha um câncer na garganta, que o deixou bastante fragilizado.
“Eu soube em abril de 2013. Estava bravo com o médico que tinha errado o diagnóstico e fui me tratar em São Paulo. (…) Me disseram que meu caso não era grave, que tratariam com radioterapia e quimioterapia. Em maio, fiz os exames preparatórios, comecei em junho e fiz até a primeira semana de julho”, revelou numa entrevista à revista Quem, em 24 de abril de 2014.
Durante esse período em que esteve hospitalizado, Guilherme ficou com bastante dificuldade para engolir e precisou se alimentar através de uma sonda. Em uma das noites em que estava internado, um incidente quase o levou a morte.
“Tinha dado um problema com a minha sonda. O suco gástrico vazou para o peritônio (membrana que cobre a parede abdominal e as vísceras), deu peritonite e septicemia (infecção generalizada por todo o corpo). Fiquei três dias em coma”.
Recuperação e atualidade
Por conta deste incidente, o ator precisou ser operado e ficou 20 dias na UTI, por isso o tratamento do câncer acabou sendo interrompido. Depois, retomou as sessões de quimioterapia, retirou o gânglio e uma lesão que havia em sua garganta e pode, finalmente, voltar para casa.
Quando perguntaram a ele qual foi a primeira coisa que fez ao sair do hospital, Leme disse:
“Eu estava na casa dos meus pais, em São Paulo. Fui para o Parque da Aclimação, tirei a camisa e fiquei tomando sol deitado na grama. Até chorei de emoção porque era tudo o que eu precisava”.
Para o ator, ter pensamentos positivos foi essencial para enfrentar o câncer no período em que se encontrava na UTI. Hoje, ele procura encarar cada momento com bastante otimismo.
“É acordar a cada dia com tesão pela vida. Já que estamos aqui, que estejamos bem. Então, o que aprendi, já que estou bem, é aproveitar e fazer o melhor possível. Cada dia, cada ciclo, é um novo tempo. Estou em um novo tempo da minha vida”.
Atualmente, Guilherme Leme tem 61 anos e continua na ativa, porém seus trabalhos têm sido voltados exclusivamente ao teatro. Em 2019, ele dirigiu a peça A Peste, que contou com a presença da atriz Vera Holtz, com quem teve um relacionamento entre 1992 e 1993.