Com tramas repetitivas, Um Lugar ao Sol dá sinais de perder fôlego

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Semana #12

– O fato mais importante da semana foi a morte de Joy. Escrevi anteriormente que a personagem era a pior da novela. Retiro o que disse.

Acho que deve-se empatia à personagem, pelos seus antecedentes: garota abandonada pela mãe relapsa, sem ter tido acesso a melhores condições de vida, fruto do meio e de tantas mazelas.

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Obviamente nada disso justifica mau-caratismo.

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Textos depois, lembrei que Joy nunca quis ter o filho que ela e Ravi fizeram. Por que cobrar dela o papel de mãe que ela nunca almejou ser, se a vida já fora tão credora?

Túlio e Roney são bem piores.

A corda sempre arrebenta

– A anunciada morte de Joy era para ter acontecido antes, porém, devido à reedição dos capítulos, acabou protelada. Veio na sexta-feira, em uma cena de causar grande aflição.

Pendurada no viaduto, ela cai diante de Ravi quando a corda arrebenta. E a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

Foi uma sequência pesada e extremamente triste. Bem realizada, bem dirigida. Seguiram-se cenas excelentes com Juan Paiva, o Ravi, e Yara de Novaes, como Inácia, a mãe relapsa de Joy.

Confesso que ficou um gosto amargo. Vivendo por alguns meses uma das personagens mais odiadas da novela, a atriz Lara Tremoroux fez um ótimo trabalho de composição e interpretação. Aqui um perfil da atriz, para você conhecê-la melhor.

Protagonista tóxico

– No geral, os “homens de Lícia” são fracos ou tóxicos. Renato/Christian não poderia ser diferente.

A trama central gira em torno de um mentiroso contumaz que manipula psicologicamente as pessoas. Não há como torcer pelo personagem de Cauã Reymond, que envolve Bárbara e Lara em relações tóxicas.

Nem se trata do “anti-heroi” ou do “personagem humano”. Para que a humanidade de Lara e Bárbara aflore, a autora faz com que Renato as manipule.

A novela tem dois meses pela frente e a única salvação para Christian/Renato seria a redenção – a “trajetória do herói”. Sei nada sobre o futuro do personagem, mas suspeito não ser este o plano que a autora traçou para seu protagonista.

Movimento de translação

– Nesta semana, percebemos que a novela dá sinais de perder o fôlego. Nem me refiro à reedição dos capítulos, que prejudicou os ganchos. É notório que a trama está repetitiva, dando voltas.

Renato está sempre enrolando Bárbara e tendo sempre as mesmas DRs com Ravi. É uma espiral de situações que não evoluem, que acabam retornando ao mesmo lugar.

Lara parece ter rompido definitivamente com Mateus, assim como Ilana e Breno. Que seja realmente o fim, porque o público não aguenta mais as mesmas DRs.

– Pior é quando o autor cria entrechos mal alinhavados, pouco críveis, ou cheios de furos para justificar uma trama. Lícia Manzo não passou incólume.

É legítimo que Bárbara e Elenice criem um perfil falso para Érica na internet. Tão legítimo que qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que isso pode acontecer.

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E é justamente por ser algo do senso comum que é inconcebível que Rebeca e Santiago tenham condenado a moça sem sequer ter dado o benefício da dúvida. Como se Érica já tivesse sido leviana antes!

Rebeca e Santiago emburreceram momentaneamente para justificar uma trama. Esperamos que uma novela de Walcyr Carrasco subestime o público, mas não uma trama de Lícia Manzo.

Mais uma prova de que Um Lugar ao Sol está dando voltas. Uma translação.

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