Com tramas repetitivas, Um Lugar ao Sol dá sinais de perder fôlego
30/01/2022 às 11h27
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Semana #12
– O fato mais importante da semana foi a morte de Joy. Escrevi anteriormente que a personagem era a pior da novela. Retiro o que disse.
Acho que deve-se empatia à personagem, pelos seus antecedentes: garota abandonada pela mãe relapsa, sem ter tido acesso a melhores condições de vida, fruto do meio e de tantas mazelas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Obviamente nada disso justifica mau-caratismo.
LEIA TAMBÉM:
● Não merecia: rumo de personagem desrespeita atriz de Mania de Você
● Sucesso da reprise de Alma Gêmea mostra que Globo não aprendeu a lição
● Reviravolta: Globo muda rumo da maior tradição do Natal brasileiro
Textos depois, lembrei que Joy nunca quis ter o filho que ela e Ravi fizeram. Por que cobrar dela o papel de mãe que ela nunca almejou ser, se a vida já fora tão credora?
Túlio e Roney são bem piores.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A corda sempre arrebenta
– A anunciada morte de Joy era para ter acontecido antes, porém, devido à reedição dos capítulos, acabou protelada. Veio na sexta-feira, em uma cena de causar grande aflição.
Pendurada no viaduto, ela cai diante de Ravi quando a corda arrebenta. E a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
Foi uma sequência pesada e extremamente triste. Bem realizada, bem dirigida. Seguiram-se cenas excelentes com Juan Paiva, o Ravi, e Yara de Novaes, como Inácia, a mãe relapsa de Joy.
Confesso que ficou um gosto amargo. Vivendo por alguns meses uma das personagens mais odiadas da novela, a atriz Lara Tremoroux fez um ótimo trabalho de composição e interpretação. Aqui um perfil da atriz, para você conhecê-la melhor.
Protagonista tóxico
– No geral, os “homens de Lícia” são fracos ou tóxicos. Renato/Christian não poderia ser diferente.
A trama central gira em torno de um mentiroso contumaz que manipula psicologicamente as pessoas. Não há como torcer pelo personagem de Cauã Reymond, que envolve Bárbara e Lara em relações tóxicas.
Nem se trata do “anti-heroi” ou do “personagem humano”. Para que a humanidade de Lara e Bárbara aflore, a autora faz com que Renato as manipule.
A novela tem dois meses pela frente e a única salvação para Christian/Renato seria a redenção – a “trajetória do herói”. Sei nada sobre o futuro do personagem, mas suspeito não ser este o plano que a autora traçou para seu protagonista.
Movimento de translação
– Nesta semana, percebemos que a novela dá sinais de perder o fôlego. Nem me refiro à reedição dos capítulos, que prejudicou os ganchos. É notório que a trama está repetitiva, dando voltas.
Renato está sempre enrolando Bárbara e tendo sempre as mesmas DRs com Ravi. É uma espiral de situações que não evoluem, que acabam retornando ao mesmo lugar.
Lara parece ter rompido definitivamente com Mateus, assim como Ilana e Breno. Que seja realmente o fim, porque o público não aguenta mais as mesmas DRs.
– Pior é quando o autor cria entrechos mal alinhavados, pouco críveis, ou cheios de furos para justificar uma trama. Lícia Manzo não passou incólume.
É legítimo que Bárbara e Elenice criem um perfil falso para Érica na internet. Tão legítimo que qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que isso pode acontecer.
[anuncio_6]
E é justamente por ser algo do senso comum que é inconcebível que Rebeca e Santiago tenham condenado a moça sem sequer ter dado o benefício da dúvida. Como se Érica já tivesse sido leviana antes!
Rebeca e Santiago emburreceram momentaneamente para justificar uma trama. Esperamos que uma novela de Walcyr Carrasco subestime o público, mas não uma trama de Lícia Manzo.
Mais uma prova de que Um Lugar ao Sol está dando voltas. Uma translação.