Com romance interracial, vilã surtada e família Sardinha, novela bateu recordes em 2004

No dia 26 de janeiro de 2004, a Globo fazia a história. Entrava no ar, na faixa das sete, Da Cor do Pecado, primeira novela solo de João Emanuel Carneiro, que registrou dois fatos inéditos: a primeira protagonista negra e o primeiro romance interracial como tema principal de uma trama da emissora.

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Vale lembrar que, muito tempos anos, entre 1969 e 1970, o canal exibiu A Cabana do Pai Tomás, onde Ruth de Souza teve papel de destaque, mas não era a protagonista. Em 1984, foi a vez de Corpo a Corpo gerar polêmica com o romance entre os personagens de Zezé Motta e Marcos Paulo, mas eles também não eram os principais personagens da produção.

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Da Cor do Pecado foi a segunda novela protagonizada por Taís Araújo, que brilhou em Xica da Silva, na Manchete, entre 1996 e 1997. Ela vivia Preta, uma moça pobre, criada no Maranhão. Na trama, ela se envolve com Paco (Reynaldo Gianecchini), um jovem branco, rico, criado no Rio de Janeiro, e que viaja para a capital maranhense. Ele tem um irmão gêmeo desconhecido, Apolo (também vivido por Gianecchini), que vive com a família Sardinha.

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Apesar da importância histórica da novela, o fato foi minimizado à época pelo autor. “Não estou fazendo uma coisa sociológica. Estou contando a história de dois personagens. A história de amor entre Paco e Preta. Não é o meu objetivo criar polêmica”, destacou, em entrevista.

A diretora Denise Saraceni, também à mídia, seguiu a mesma linha. “A ênfase da novela está no relacionamento humano e em suas consequências. Mas, como a protagonista é negra, inevitavelmente ela passará por situações desagradáveis, refletindo o que acontece na nossa sociedade”, enfatizou.

Além dos protagonistas, a trama teve muitos outros destaques: um deles foi a vilã Bárbara, vivida por Giovanna Antonelli. Trata-se de uma mulher interesseira e racista, que se viu indignada ao perder Paco, seu namorado, para uma mulher negra e pobre.

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Também chamaram a atenção do público a relação entre Afonso (Lima Duarte) e seu neto Raí (Sérgio Malheiros, estreando na televisão aos 10 anos); e a excêntrica família Sardinha, capitaneada por Edilásia, a Mamushka (Rosi Campos) e seus filhos Apolo, Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat).

Ainda caíram no gosto do público os falidos Verinha (Maitê Proença) e Eduardo (Ney Latorraca), que viveram situações hilárias para não mostrar que os tempos de riqueza haviam ficado para trás.

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Um dos grandes sucessos da primeira década de 2000 da emissora, estreou com 42 pontos de média, teve recorde em 20 de julho de 2004, com 51 pontos, quando Afonso desmascarou Bárbara, e registrou, novamente, 51 pontos, com 55 de pico, no último capítulo. A média geral foi de 43 pontos, considerada excelente pela Globo.

Da Cor do Pecado, uma das recordistas de vendas no exterior e reapresentada duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo, terminou em 28 de agosto de 2004, com 185 capítulos, e poderá ser vista no canal Viva em breve.

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