Além de mesclar a História do Brasil com um típico folhetim bem construído, Novo Mundo, atual sucesso das 18h, conseguiu reunir uma seleção de casais cativantes. Os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão, junto com o diretor Vinícius Coimbra, acertaram em cheio na escalação do elenco e na junção dos atores, criando pares repletos de química e com enredos bastante convidativos. Há relações para todos os gostos, começando pelas mais dramáticas e chegando até as mais leves ou cômicas.

O casal protagonista desperta torcida e os autores foram espertos na escolha de Isabelle Drummond e Chay Suede, aproveitando a química que os dois tiveram na primeira fase de A Lei do Amor. Agora, pelo menos, o telespectador pode acompanhar a linda sintonia dos atores em uma novela inteira e não apenas em cinco capítulos, como na obra anterior.

Anna e Joaquim enfrentam vários empecilhos típicos de mocinhos e, recentemente, protagonizaram uma ótima cena, quando os heróis fugiram em um balão levando os filhos. Agora, ambos estão novamente nas mãos do vilão Thomas.

Outro par que funcionou desde o início foi o formado por Jacira (Giullia Buscacio) e Piatã (Rodrigo Simas). O romance dos índios começou com o típico jogo de gato e rato, até resultar em um lindo sentimento que os uniu para sempre. A construção da proximidade deles se mostrou cuidadosa, explorando a força da mulher e a fragilidade do homem.

Isso porque o irmão adotivo de Anna nunca encontrou seu lugar no mundo, só conseguindo um rumo na vida quando viu a tribo da amiga de Joaquim. Ela o ensinou a ser índio, enquanto ele entendeu o desejo da índia de caçar e ser uma guerreira. Os atores têm uma química incontestável e a cena do casamento da mulher destemida com o homem seguro de si foi repleta de delicadeza.

O relacionamento de Diara (Sheron Menezzes) e Wolfgang (Jonas Bloch) é mais um êxito do roteiro. A relação, inicialmente, teve um quê de Xica da Silva – novela de imenso sucesso baseada na obra Chica que manda, de Agripa Vasconcelos -, em virtude do clichê do homem branco que se envolveu amorosamente com uma escrava, libertando-a da vida de sofrimento.

O casal precisa enfrentar o preconceito da sociedade e ainda teve o romance estremecido com a chegada de Ferdinando (Ricardo Pereira). Agora os dois precisam lidar com a maquiavélica Greta (Júlia Lemmertz), irmã ambiciosa e racista de Wolf. Sheron e Jonas têm um belo entrosamento cênico, destacando-se sempre que aparecem.

Já o casal formado por Amália (Vanessa Gerbelli) e Dr. Peter (Caco Ciocler) é mais recente. Os personagens só começaram a crescer por volta da metade da novela, mas o romance arrebatou imediatamente. Ela sofre de problemas mentais em virtude de um trauma sofrido no passado, quando roubaram seu bebê logo após o parto. O médico começou a tratá-la, mesmo contra a vontade das madres que cuidavam da mulher, e acabou se apaixonando.

Graças ao doutor e ao amor, a personagem vem apresentando melhora e o mistério a respeito da identidade da criança roubada é um dos enigmas do folhetim. A relação é a mais delicada da história, valorizando a sintonia entre Vanessa e Caco.

Libério (Felipe Silcler) e Cecília (Isabella Dragão) representam o amor ‘impossível’, incluindo dois clássicos de novelas de época: a diferença social e o preconceito. Ele, negro e humilde (embora seja um jornalista), ela rica e branca.

Os dois precisam lidar com a podridão do autoritário Sebastião (Roberto Cordovani), pai da menina, enfrentando o poderoso fazendeiro para concretizar esse amor. Isabella é uma grata revelação e Felipe está se saindo muito bem, após o Cascudo, de Totalmente Demais. É um par bonitinho que foi crescendo no enredo.

E o casal mais escrachado da trama, sem dúvida, é formado por Germana (Vivianne Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva). Tudo o que é observado nos outros pares não tem vez nesse. Afinal, os dois são sujos, mal educados, interesseiros, arrogantes e muito burros. Representam o oposto de qualquer romantismo. Mas, ainda assim, é um dos melhores pares do folhetim.

A relação é impagável e ambos protagonizam situações constrangedoras, passeando por todos os núcleos. Apesar dos vários ‘contras’ do par, vale ressaltar, é perceptível que eles se gostam. E a parceria de Vivianne e Guilherme está primorosa. Irreconhecíveis por causa do brilhante trabalho de caracterização, os intérpretes viraram um dos trunfos da história, além de representarem o principal alívio cômico.

Novo Mundo vem apresentando várias qualidades desde a estreia, fazendo por merecer todo o sucesso. E uma delas é justamente a boa diversidade de ótimos casais, valorizando a química entre os atores e primando pela boa construção dos personagens e das relações. O que não falta é par cativante para ‘shippar’.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor